12/Ago/2022
O prolongado verão seco da Europa continua a prejudicar as condições de cultivo em todo o continente. Agora, deve levar a produção de milho na União Europeia (UE) ao seu nível mais baixo desde 2007, à medida que agricultores enfrentam novos desafios causados pelas mudanças climáticas. De acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (11/08) pela consultoria agrícola francesa Strategie Grains, a produção de milho europeu deve cair para 55,4 milhões de toneladas na atual temporada 2022/2023, o nível mais baixo em 15 anos e uma queda de mais de 20% no ano. Grande parte da pressão sobre a produção veio da menor precipitação na Europa neste verão, com a produção de grãos como um todo com queda prevista em 8,5% em relação à temporada 2021/2022, terminada recentemente.
A produção de trigo mole deverá cair 5%, para 123,3 milhões de toneladas, enquanto a produção de cevada deverá cair 3,7%, para 50 milhões de toneladas, ambas abaixo de sua média nos últimos cinco anos. Os declínios na produção colocariam os grãos da Europa em um déficit de oferta de 100 mil toneladas de milho e cevada e 200 mil toneladas de trigo. A produção global de grãos também deve cair esse ano, com a produção de trigo provavelmente sofrendo queda de 0,8%, para 738,4 milhões de toneladas, e a de milho, 3,6%, para 1,13 bilhão de toneladas. O declínio drástico esperado na produção de milho europeia ocorre em um momento de enorme incerteza geopolítica às portas da União Europeia. A Ucrânia, atingida pela guerra, costuma ser o principal fornecedor de milho para a União Europeia, tendo exportado 16 milhões de toneladas em 2018/2019. No entanto, para os próximos meses, uma grande incerteza envolve a capacidade de exportação da Ucrânia, devido ao conflito em curso.
A Europa agora precisa de mais milho ucraniano do que nunca para que os níveis atuais de demanda sejam atendidos. Essa tensão significativa no mercado global provavelmente será sentida, disse a consultoria. A Strategie Grains prevê que a Ucrânia exportará 25 milhões de toneladas de grãos ao todo em 2022/2023, embora um cessar-fogo na guerra com a Rússia aumente significativamente isso. Em compensação, a safra abundante de trigo da Rússia está ajudando a fornecer um teto para os preços, apesar dos menores volumes esperados da Europa e de outros lugares. As exportações têm sido consideradas lentas e precisarão aumentar para atender às necessidades de demanda tanto para consumo humano quanto animal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.