10/Ago/2022

A comercialização de milho é lenta no Brasil, desestimulada pela combinação de queda dos futuros do cereal na Bolsa de Chicago e recuo do dólar ante o Real. Os preços registram queda em algumas regiões, especialmente os indicados para exportação. Em outras, os preços seguem estáveis. Muitos produtores ainda preferem aguardar por preços mais altos. Em Mato Grosso do Sul, vinham sendo reportados negócios consideráveis envolvendo milho para exportação, enquanto no Paraná têm rodado lotes pontuais para consumidores domésticos. Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os produtores continuam demonstrando pouco interesse nos preços atuais indicados por compradores. Há expectativa de preços mais altos nos próximos meses, após o término da colheita, à medida que os estoques do cereal forem diminuindo.

Os exportadores indicam R$ 67,50 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em agosto e pagamento em 30 dias. Os consumidores do mercado interno estão mais distantes das negociações. Os vendedores não querem menos de R$ 70,00 por saca de 60 Kg para embarcar o produto em agosto. A alta do frete, comum nesta época da safra, também dificulta o aumento dos preços no momento. A negociação antecipada da 2ª safra de 2022 está ainda mais lenta. A indicação de compra é de R$ 55,00 por saca de 60 Kg para exportação, com retirada em julho e pagamento em agosto do ano que vem. Os produtores indicam valores mais altos (em torno de R$ 65,00 por saca de 60 Kg). No Paraná, na região norte, há registro de negócios para o mercado interno a R$ 82,00 por saca de 60 Kg, 0ara retirada imediata e pagamento em 30 dias. Para exportação, tradings indicam R$ 81,02 por saca de 60 Kg, para entrega nos terminais ferroviários do norte até 20 de setembro e pagamento no fim de outubro.

No Porto de Paranaguá, a indicação de compra é de 87,53 por saca de 60 Kg, para entrega até 20 de setembro e pagamento em 31 de outubro. Apesar do avanço da colheita da 2ª safra de 2022, os produtores não têm aceitado se desfazer dos grãos. As indicações de compra giram entre R$ 75,00 e R$ 76,00 por saca de 60 Kg no mercado de balcão no Paraná. Com a hesitação de produtor em negociar, cooperativas e cerealistas não conseguem formar lotes expressivos. Os consumidores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão trabalhando com milho do Paraguai, que chega nas indústrias dos dois Estados entre R$ 88,00 e R$ 90,00 por saca de 60 Kg. Para a 2ª safra de 2023, os compradores indicam R$ 82,80 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e pagamento no fim de agosto e R$ 83,30 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e pagamento em 30 de setembro no Porto de Paranaguá.