08/Ago/2022
A tendência é de cotações futuras mais sustentadas nos curto prazo e médio prazos. Em Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam entre US$ 5,80 e US$ 6,20 por bushel, ante a faixa de US$ 6,10 a US$ 6,20 por bushel de 2022. Nos EUA, as incertezas em relação ao clima e a perspectiva de boa performance das exportações impulsionam as cotações na Bolsa de Chicago. No Brasil, com a queda acentuadas dos preços no decorrer de julho passado, as cotações se alinharam à paridade de exportação e barraram a pressão baixista que vinha ocorrendo com a colheita da 2ª safra recorde deste ano. As exportações brasileiras deverão registrar forte expansão ao longo deste 2º semestre de 2022, o que poderá impor viés altista para os preços internos. O dólar encerrou a sexta-feira (05/08) a R$ 5,16, em baixa de 1,03%. Assim, a divisa norte-americana terminou a primeira semana de agosto com leve queda (-0,14%), após ter recuado 5,90% na semana anterior e fechado julho com perda de 1,16%.
Os preços do milho continuam em elevação no mercado spot da maior parte das regiões, devido ao maior interesse de compradores. Os produtores, por sua vez, estão atentos ao forte ritmo de exportação e aos baixos estoques de compradores domésticos, limitando, assim, a negociação de grandes lotes, na expectativa de oportunidades mais remuneradoras. O movimento de alta é predominante, apesar do avanço da colheita em importantes regiões ofertantes. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de lotes (negociação entre empresas) registram altas de 6,3% em Anápolis (GO), de 8,8% em Canarana (MT), de 5,1% em Dourados (MS), de 4,2% no centro-oeste do Paraná e de 3,6% no oeste de Santa Catarina. Com o avanço da colheita e a capacidade limitada de armazenagem, há necessidade de escoamento da produção, impulsionando os valores do frete rodoviário.
Esse contexto tem contribuído para a sustentação dos preços do cereal em São Paulo. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/ SP) registra leve alta de 0,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 81,91 por saca de 60 Kg. No acumulado de agosto, porém, o Indicador recuou 0,8%. Nos últimos sete dias, os preços apresentam alta de 2,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No Porto de Santos (SP), os preços têm alta 2,5% nos últimos sete dias, a R$ 87,61 por saca de 60 Kg; no Porto de Paranaguá (PR), o aumento é de 1,8%, a R$ 86,00 por saca de 60 Kg. O maior interesse de compradores externos e o avanço da colheita têm impulsionado as exportações brasileiras. Em julho, foram embarcadas 4,120 milhões de toneladas, superando os 1,990 milhão de toneladas registrados em julho de 2021.
As importações também subiram, somando 290 mil toneladas no mês, muito superior às 144 mil toneladas adquiridas no mesmo mês do ano passado. Na B3, os contratos Setembro/2022 e Novembro/2022 registram baixa de 1,4% nos últimos sete dias, a R$ 87,31 por saca de 60 Kg e a R$ 89,26 por saca de 60 Kg. O vencimento Janeiro/2023 tem recuo de 1,1%, a R$ 92,23 por saca de 60 Kg. Favorecida pelo clima, a colheita segue acelerada. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 30 de julho, 71% da área nacional havia sido colhida, contra 60% na semana anterior e 51% no mesmo período de 2021. Em Mato Grosso, até o dia 29 de julho, o Estado já havia colhido 98% da área estimada para esta safra, avanços de 3,9% em relação à semana anterior e de 13,7% frente à safra passada.
No Paraná, até o dia 1º de agosto, a colheita havia atingido 57% da área estimada, progresso de 12% na semana. Em Mato Grosso do Sul, 26,2% das lavouras foram colhidas até o dia 29 de julho. A produtividade da 2ª safra de 2022 no Estado deve ser de 78,1 sacas de 60 quilos por hectare, com produção estimada em 9,340 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que as lavouras norte-americanas em boas condições seguem em 61% do total. Na Argentina, as atividades estão em bom ritmo. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires mostra que, até o dia 3 de agosto, a colheita havia alcançado 81,4% da área estimada, aumento de 4% na semana. A estimativa de produção se mantém em 49 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.