01/Ago/2022
A tendência é de cotações futuras sustentadas no curto prazo e médio prazo. Em Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam entre US$ 5,80 e US$ 6,30 por bushel, ante a faixa de US$ 6,00 a US$ 6,20 por bushel de 2022. Na Bolsa de Chicago, os contratos Setembro/2022 e Dezembro/2022 registram forte alta de 6,8% e 7,9% nos últimos sete dias, a US$ 6,18 por bushel e a US$ 6,22 por bushel, respectivamente. O contrato Março/2023 está cotado a US$ 6,28 por bushel, alta de 7,8% no mesmo período. Nos Estados Unidos, as incertezas em relação ao clima e a perspectiva de boa performance das exportações impulsionam as cotações na Bolsa de Chicago. No Brasil, com a queda dos preços no decorrer de julho, as cotações se alinharam à paridade de exportação e barraram a pressão baixista que vinha ocorrendo com a colheita da 2ª safra recorde deste ano.
Após quatro pregões consecutivos de baixa, em que acumulou desvalorização de 6,10%, o dólar encerrou a sessão de sexta-feira (29/07) em leve alta, na casa de R$ 5,17. A moeda avançava 0,21%, cotada a R$ 5,17. O dólar encerrou a semana com baixa de 5,90%. Trata-se da maior queda semanal desde a primeira semana de novembro de 2020, o que dá uma ideia da magnitude do movimento. Graças ao tombo nos últimos dias, a moeda termina julho com sinal negativo (-1,16%), após ter subido 10,15% em junho. No ano, a divisa apresenta perdas de 7,20%. As cotações do milho voltaram a subir em muitas regiões, como no estado de São Paulo, refletindo as recentes altas do mercado internacional, a maior demanda externa pelo cereal brasileiro e os baixos estoques de compradores domésticos. Diante disso, os produtores estão retraídos nas vendas envolvendo grandes lotes, na expectativa de obter maior receita com a comercialização do milho neste mês.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) acumula aumento de 2,5% nos últimos sete dias, cotado a R$ 82,93 por saca de 60 Kg. Na região da Mogiana (SP), a alta é mais intensa no mesmo comparativo, de 6,2%. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 1,6% no mercado de balcão (preço pago produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mês de julho, porém, o movimento foi de queda: 4,5% no mercado balcão e 4,1% no mercado de lotes. No Porto de Santos (SP), os preços registram alta de 0,9% nos últimos sete dias. No Porto de Paranaguá (PR), os valores têm baixa de 1,0% no mesmo período, indo para R$ 84,46 por saca de 60 Kg. As altas são limitadas pela cautela de parte dos compradores, que indica ter estoques para médio-prazo e prefere aguardar para negociar. Esses agentes estão fundamentados no fato de que os armazéns estão cheios na Região Centro-Oeste. Porém, vale ressaltar que há grande volume de milho já comprometido em contratos a termo.
A desvalorização do dólar frente ao Real na semana passada também impediu altas mais significativas. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques brasileiros totalizaram 2,870 milhões de toneladas nos primeiros 16 dias úteis de julho, superando os 1,990 milhão de toneladas julho de 2021. As importações também já estão superiores, somando 215 mil toneladas nesta parcial do mês passado. Nesse contexto, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) elevou a estimativa de exportações no mês para 6,09 milhões de toneladas, contra 5,94 milhões de toneladas previstas na semana anterior. Na B3, o contrato Setembro/2022 apresenta valorização de 5,8% nos últimos sete dias, a R$ 88,51 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2022 tem avanço de 5,1% no período, a R$ 90,53 por saca de 60 Kg. O clima está favorecendo os trabalhos de campo. Até o dia 23 de julho, 59,6% da área nacional havia sido colhida, contra 49% na semana anterior e 41% no mesmo período de 2021.
Em Mato Grosso, até o dia 22 de julho, a colheita alcançava 94% da área estimada para esta safra, avanços de 9% em relação à semana anterior e de 21% frente à safra passada. No Paraná, a colheita havia atingido 45% da área estimada até o dia 25 de março, progresso de 15% na semana. Em Mato Grosso do Sul, 17,2% das lavouras foram colhidas até o dia 26 de julho. O relatório também indica que a produtividade da 2ª safra de 2022 deve ser de 78,1 sacas de 60 quilos por hectare, com possível produção de 9,340 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que as lavouras em boas condições seguiam em 64% do total. Na Argentina, as atividades estão em bom ritmo. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires mostrou que, até o dia 27 de julho, a colheita havia alcançado 74,2% da área estimada, aumento de 7%. na semana. A estimativa de produção se mantém em 49 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.