26/Jul/2022
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o armazenamento de milho a céu aberto, fora dos silos e armazéns, por falta de capacidade estática de armazenagem, pode resultar em perda de receita para o produtor rural na comercialização do grão. Do ponto de vista de qualidade, o armazenamento fora dos silos pode levar à perda de qualidade do milho, gerar umidade e perda de massa do grão. Consequentemente, o produtor perde receita. Em meio à colheita da safra 2021/2022 de milho, tornaram-se corriqueiras no Estado cenas de milho "armazenado" a céu aberto, em virtude da ausência de capacidade disponível em silos e armazéns. Isso não ocorria no Estado desde meados de 2016.
É uma ferramenta passageira que o produtor utiliza para tentar escoar este milho com mais rapidez daqui para a frente. Ainda há boa fatia da safra plantada, mas o armazenamento é um desafio nesta safra. Contudo, esse período do ano é predominantemente seco, com pouca ocorrência de chuvas, o que acarretaria menos perdas para o cereal. Se acontecer uma chuva atemporal neste momento, pode prejudicar ainda mais a qualidade do grão. O produtor está monitorando o clima. Nesta safra, o problema decorre principalmente do maior volume de milho produzido no Estado e do menor ritmo de vendas dos grãos.
Apesar dos problemas climáticos pontuais, é uma safra volumosa. Além disso, a comercialização mais lenta dificulta, porque o produtor ainda tem soja armazenada e não consegue utilizar a mesma estrutura para o milho. Não é possível mensurar a quantidade de cereal que esteja sendo armazenada nesta modalidade. A falta de capacidade de armazenagem é um problema crônico de Mato Grosso, que possui 50% de déficit de silos para grãos em relação à sua capacidade produtiva. A armazenagem sempre foi uma dificuldade, porque a produção do Estado cresce mais do que capacidade de armazenagem. O Estado produz em torno de 40 milhões de toneladas de soja e 40 milhões de toneladas de milho e tem 39 milhões de toneladas de capacidade estática.
A FAO, agência de alimentação da ONU, preconiza como adequado uma capacidade de armazenagem de 120% em relação à capacidade produtiva. O aumento do custo de investimento e o crédito mais caro são empecilhos para produtor fazer investimento em silos. Em relação à produção do Estado, o Imea prevê que a 2ª safra de milho de 2022 alcance 39,156 milhões de toneladas, 20,2% maior na comparação com o ano-safra anterior. Não há preocupação com o abastecimento do Estado, porque Mato Grosso vai produzir muito mais do que consome e exportar o restante para fechar o balanço de oferta e demanda. A produção total do Estado será maior na comparação anual, mesmo com queda de produtividade em algumas regiões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.