ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Jun/2022

Tendência baixista se acentua sobre preço do milho

No mercado internacional, as cotações futuras do milho seguem sustentadas em patamares elevados. A previsão de forte recuo (-4,1%) na área plantada nos EUA em 2022/2023 é altista para os preços futuros nos curto e longo prazos. O conflito na Ucrânia reduz a oferta de milho para exportação e a alta do petróleo impulsiona a produção de etanol de milho nos EUA. Em Chicago, entretanto, os futuros com vencimentos em 2022 recuaram ligeiramente, para um intervalo entre US$ 7,00 e US$ 7,30 por bushel e para 2023 de US$ 6,30 a US$ 7,00 por bushel. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2022 tem queda de 4,5% nos últimos sete dias, indo para US$ 7,27 por bushel. Os contratos Setembro/2022 e Dezembro/2022 estão cotado a US$ 7,01 por bushel e a US$ 6,90 por bushel, quedas de 4% e de 3,4%, respectivamente. O avanço da colheita da 2ª safra recorde no Brasil em 2022 amplia a oferta interna e provoca pressão baixista sobre os preços domésticos.

O limite de baixa dos preços internos será a paridade de exportação no 2º semestre de 2022. As expectativas de 2ª safra de 2022 recorde já vinham pressionando as cotações do milho, mas, nos últimos dias, o movimento de baixa foi reforçado pelo início da colheita na Região Centro-Oeste. Assim, em algumas regiões, como Rio Verde (GO), Chapadão do Sul (MS) e Campinas (SP), os valores do cereal no mercado disponível já operam nos menores patamares de 2022. O movimento de desvalorização mais intenso tem sido verificado em Sorriso (MT) e Rondonópolis (MT). No Paraná, as quedas são limitadas, por conta de chuvas na semana passada, que atrasaram a colheita da safra. Ressalta-se que a produção de Mato Grosso deve ser recorde. Como era de se esperar com o início da colheita, os produtores estão mais flexíveis nos valores de venda, enquanto os compradores seguem retraídos, apostando na continuidade das baixas. Até mesmo nos portos, que apresentaram sustentação em alguns períodos deste ano, as cotações caem por dias consecutivos, e as efetivações são pontuais, tanto no spot como para entrega futura.

Nos últimos sete dias, os preços do milho registram queda de 2,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mesmo período, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra baixa de 1,7%, cotado a R$ 85,07 por saca de 60 Kg, o menor valor desde o início de dezembro/2021, em termos nominais. Na B3, os contratos também estão recuando, influenciados pelas expectativas de safra recorde. Nos últimos sete dias, o vencimento Julho/2022 registra baixa de 4,4%, cotado a R$ 86,56 por saca de 60 Kg. O contrato Setembro/2022 tem recuo de 4,3% no mesmo período, a R$ 89,44 por saca de 60 Kg. As negociações nos portos se mantêm limitadas, com preços no spot e de negociações futuras em queda, devido às desvalorizações do dólar no início da semana passada e dos contratos externos do cereal. Nos últimos sete dias, os preços em Paranaguá (PR) e em Santos (SP) apresentam recuo de 2,0% e 1,2%, respectivamente. As ofertas de compra e de venda na parcial de junho para exportar milho têm média de R$ 91,56 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto e de R$ 92,40 por saca de 60 Kg para setembro.

Em maio, essas médias eram de R$ 95,28 por saca de 60 Kg e de R$ 95,72 por saca de 60 Kg, na mesma ordem. Na Região Centro-Oeste do Brasil, a colheita da 2ª safra de 2022 segue favorecida pelo tempo seco. Na região sudeste do Paraná, chuvas voltaram a ser observadas durante a semana passada, o que atrapalhou o início da colheita em algumas lavouras já prontas, mas beneficiou outras que ainda estão em desenvolvimento. Em Mato Grosso, até o dia 27 de maio, houve avanço de 1,1% na colheita, que atingiu 2,4% da área estadual, com maiores progressos nas regiões sudeste e médio norte. No Paraná, até o dia 30 de maio, a colheita havia sido iniciada em algumas áreas de Maringá, Cascavel e Ponta Grossa, mas ainda não representava 1% da área estadual. Das lavouras, 82% apresentam boas condições, 15%, medianas, e apenas 3%, ruins. Quanto à safra verão (1ª safra de 2021/2022), resta apenas 1% da área para ser retirada das lavouras. No Rio Grande do Sul, após as chuvas na semana anterior, o clima seco voltou a favorecer as lavouras, e a colheita seguiu, mas ainda segue em ritmo lento. Até o dia 2 de junho, 92% da área estadual foi colhida.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que, até o dia 28 de maio, 85% da área da safra de verão (1ª safra 2021/2022) foi retirada das lavouras brasileiras, enquanto a segunda safra totaliza apenas 0,6%. Nos Estados Unidos, a semeadura da temporada avançou, mas ainda segue abaixo da média dos últimos anos. Até o dia 29 de maio, as atividades chegaram a 86% da área estimada, progresso semanal de 14%, mas ainda 8% abaixo do ano passado e 1% inferior à média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a colheita também tem apresentado avanços. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 32% da área nacional havia sido colhida até o dia 10 de maio, progresso de 1,9% frente à semana anterior. Com a recuperação da semeadura nos últimos dias e as recentes quedas nos preços de trigo, os vencimentos externos do cereal também apresentam recuo. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.