19/Mai/2022
A colheita da 2ª safra de 2022 de milho está prevista em 87,6 milhões de toneladas, com recuo ante a projeção anterior. A área plantada deve ficar em 15,8 milhões de hectares. A colheita total de milho em 2021/2022 foi estimada em 113 milhões de toneladas, com avanço de 29,6% ante o ciclo 2020/2021. O recuo nas estimativas deve-se a vários fatores. Os dois principais Estados produtores, tiveram um início da 2ª safra de 2022 fantástico, com plantio antecipado e condições climáticas favoráveis. Em Mato Grosso, 80% do milho 2ª safra de 2022 foi semeado dentro do calendário ideal ou de baixo risco, ou seja, até a terceira semana de fevereiro. No Paraná, na região oeste, 63% das lavouras apresentaram a mesma condição. Em Minas Gerais e Goiás, que também são grandes produtores, apenas 42% e 14% das lavouras de milho 2ª safra de 2022, respectivamente, foram semeadas no período ideal. Isso porque a situação climática foi crítica, pois houve chuva em excesso na colheita de soja, o que atrasou os trabalhos de campo e empurrou para fora da janela ideal o plantio de milho 2ª safra.
Se considerar a data de corte 28 de fevereiro, pode-se dizer que o plantio do milho no Brasil adiantou em média 15 dias, quando comparado com a safra passada. Há alguns destaques positivos, caso do Paraná, que antecipou em 23 dias o plantio, e o negativo, Minas Gerais, que apresenta um atraso de pelo menos 7 dias. Mesmo dentro da janela de plantio ideal, o milho 2ª safra de 2022 enfrentou adversidades climáticas em algumas localidades, como estiagem em abril na Região Centro-Oeste. Observou-se um comportamento climático favorável à safra no início de março, com bom volume de chuvas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas, no caso de Minas Gerais, a seca continuou. No fim do mês, a irregularidade de chuvas atingiu também Goiás. Abril chegou com pouco ou quase nada de chuva. Algumas regiões ficaram sem chuvas entre 30 e 40 dias. Outro aspecto importante a ser considerado é o pendoamento das lavouras.
Quanto mais adiantado o plantio, maior foi a parcela de lavouras que pendoaram em condições climáticas favoráveis. Em Mato Grosso, mesmo com clima seco em abril, 73% dos plantios de milho 2ª safra de 2022 pendoaram sob boas condições de chuva e não devem ser severamente afetados pela seca. Já em Goiás, a situação é diferente, com 24% das lavouras tendo pendoado com chuva regular e, em Minas Gerais, apenas 6%. Certamente o peso da estiagem de abril, e que perdura em maio em algumas regiões, é maior nesses últimos dois Estados. Ainda que a irregularidade climática traga dificuldades aos produtores e quebras em algumas regiões, as perspectivas de produtividade são boas em comparação com a safra passada. Mato Grosso, o maior produtor, deve colher 101 sacas de 60 Kg por hectare na safra 2021/2022, ante 95 sacas de 60 Kg por hectare na temporada passada. A estimativa para Mato Grosso do Sul é de 93 sacas de 60 Kg por hectare (43 sacas de 60 Kg por hectare na safra 2020/2021).
Goiás poderá alcançar 84 sacas de 60 Kg por hectare (68 sacas de 60 Kg por hectare na safra passada). A projeção para o Paraná é de 98 sacas de 60 Kg por hectare (22 sacas de 60 Kg por hectare em 2020/2021) e mesmo Minas Gerais apresenta uma estimativa de 68 sacas de 60 Kg por hectare (46 sacas de 60 Kg por hectare na safra passada). Em relação às estimativas de janeiro, há queda de 7% na produtividade em Mato Grosso, 24% em Goiás e 28% em Minas Gerais. Paraná e Mato Grosso do Sul apresentam leve crescimento (3%). Agora, é um momento importante para conhecer os efeitos da estiagem, a partir da leitura do peso dos grãos e da população de plantas. Há alta infestação de cigarrinhas em todas as regiões produtoras, o que poderá reduzir a produtividade, mas isso só ficará mais claro durante a colheita, se houver tombamento das lavouras. Outro fator que ainda pode afetar a produtividade dos milharais da 2ª safra de 2022 é a geada. Há previsão de geadas frequentes que poderão prejudicar as lavouras nesse período. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.