06/Abr/2022

Os preços do milho no spot vêm enfrentando dificuldades para se sustentar nas últimas semanas, caindo gradualmente para níveis que levam ao distanciamento dos produtores. Após a redução da demanda externa, o recuo de consumidores domésticos e combinações de baixas dos futuros do milho na Bolsa de Chicago e do dólar no Brasil, uma nova desvalorização da divisa norte-americana ante o Real no dia 4 de abril acabou com a possibilidade de uma reação dos preços. Em algumas regiões, os valores se mantêm estáveis, mas em outras registram queda considerável.

Em Mato Grosso do Sul, quase não há compradores domésticos no mercado atualmente e tradings não estão buscando o cereal no Estado. Os consumidores do mercado interno indicam R$ 81,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em abril e pagamento no fim do mesmo mês, sem interesse de venda. Os vendedores estão monitorando o mercado e aguardando uma eventual retomada dos preços. Os volumes de milho que continuam chegando ao Brasil ajudam grandes consumidores domésticos a se manterem abastecidos e, portanto, sem necessidade de elevar os preços no momento. A comercialização antecipada da 2ª safra de 2022 é ainda mais lenta, praticamente estagnada. Os compradores indicam R$ 73,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto. Mas, os produtores de sejam valores mais altos (de R$ 80,00 por saca de 60 Kg para cima).

No Paraná, na região dos Campos Gerais, os compradores indicam R$ 89,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 10 dias. Para exportação, a indicação é de R$ 84,00 por saca de 60 Kg, para retirada em abril e pagamento em maio; ou entre R$ 87,00 e R$ 88,00 por saca de 60 Kg, para entrega no Porto de Paranaguá. Posto em fábricas dos Campos Gerais, não há indicações. As indústrias estão compradas até maio. Os preços cederam acompanhando os recuos do dólar, a diminuição do apetite para exportação, após compradores terem fechado o volume que precisavam, e as chuvas nas áreas produtoras de milho 2ª safra.