25/Fev/2022
Assim como em quase todo o País, a demanda por milho em Goiás, Estado que deve ser o segundo maior produtor nacional de soja nesta safra, em virtude da quebra na Região Sul, está fraca e a comercialização de lotes no spot, muito pontual. As margens de lucro apertadas de consumidores do cereal, como empresas de carne suína, de aves e produtoras de ovos, vêm levando estes compradores a adquirir o mínimo necessário enquanto não chega ao mercado a 2ª safra de 2022.
Além disso, os produtores focados na colheita da soja e no plantio do milho não demonstram urgência em vender agora e, por isso, não abrem mão dos valores desejados. Na Região Sul do Brasil, há mais oferta do que demanda por milho, tendo em vista a colheita do cereal da safra de verão (1ª safra 2021/2022) e a existência de lotes da 2ª safra de 2021, mas os produtores têm insistido nos preços almejados, o que impede a comercialização mais regular e de lotes grandes.
A consultoria Céleres reduziu ontem sua previsão de produção de milho na primeira safra em 2021/2022 para 20,3 milhões de toneladas, ante 22,7 milhões de toneladas projetadas em janeiro. O corte foi atribuído às condições desfavoráveis, principalmente nos Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. A consultoria apontou que a produção total do País deve atingir 114,1 milhões de toneladas, contra 116,4 milhões de toneladas previstos em janeiro. O novo número representa aumento de 32,2% em relação à safra anterior.
Em Goiás, na região de Rio Verde, os compradores do mercado interno continuam indicando entre R$ 85,00 e R$ 86,00 por saca de 60 Kg FOB, para pagamento antecipado e retirada após o pagamento. Como tem uma distância importante entre os preços de compra e venda, não estão saindo negócios. A demanda está enfraquecida e a oferta também diminuiu. Para a 2ª safra de 2022, os exportadores indicam entre R$ 70,00 e R$ 72,00 por saca de 60 Kg, para retirada em agosto e pagamento no fim do mesmo mês, enquanto produtores estão distantes da negociação.
No último ano, os produtores venderam a produção antecipada e a seca foi muito forte, alguns não conseguiram entregar o produto. Agora, a maioria quer plantar primeiro para depois voltar a comercializar. Os produtores estão receosos de que chova menos do que o necessário a partir de abril, quando as plantações de milho precisarão de umidade.
No Paraná, na região dos Campos Gerais, a indicação de compra está entre R$ 92,00 e R$ 93,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 10 dias. Os últimos negócios foram fechados na segunda-feira (21/02) entre R$ 92,00 e R$ 93,00 por saca de 60 Kg. Os compradores estão carregando o volume antes do carnaval e observando o mercado. Grandes indústrias argumentavam só ter espaço para receber mais adiante e indicam entre R$ 92,00 e R$ 93,00 por saca de 60 Kg, para entrega em abril e pagamento em maio, mas os vendedores desejam valores mais altos.