07/Fev/2022
A tendência é altista para os preços do milho nos mercados externo e interno. Com as quebras na América do Sul, as cotações futuras em Chicago estão em tendência de alta, sustentadas acima do patamar dos US$ 6/bushel para os primeiros vencimentos de 2022. Na Bolsa de Chicago, as cotações futuras para os vencimentos em 2022 oscilam em um intervalo entre US$ 5,75 e US$ 6,22 por bushel. A alta dos preços do petróleo, que segue próximo dos US$ 90 por barril do tipo Brent, impulsiona as cotações do etanol de milho, que absorve cerca de 40% da produção do grão nos Estados Unidos. Os preços poderão ceder a partir do 2º semestre deste ano, em caso de confirmação de um recorde de produção na 2ª safra de 2022. O dólar em patamares baixos é a única limitação para altas mais expressivas de preços no mercado interno. A produção estimada atualmente pela nossa Consultoria está abaixo do recorde de 137,3 milhões de toneladas da safra passada (2020/2021). Essas projeções poderão sofrer novas revisões, à medida em que evolua a colheita da safra de verão 2021/2022.
A quebra na 1ª safra de milho 2021/2022 no Brasil está estimada preliminarmente pela nossa Consultoria em 7,7 milhões de toneladas (-26,4%), para 21,5 milhões de toneladas, ante 29,2 milhões de toneladas na comparação com a projeção inicial. Para a produção total de milho nas três safras nacionais de 2021/2022, a projeção da nossa Consultoria foi revisada de 120,8 milhões de toneladas em novembro/2021, para 112,2 milhões de toneladas, uma redução de 7,1%. Para tanto, estamos projetando a 1ª safra (verão) em 21,5 milhões de toneladas, a 2ª safra (inverno) em 88,7 milhões de toneladas, com 2,0 milhões de toneladas na 3ª safra. A confirmação de uma safra recorde de milho em 2021/2022 dependerá da 2ª safra. As cotações de milho seguem apresentando comportamentos distintos dentre as regiões. Em São Paulo, os preços estão em queda, ao passo que na Região Sul do País, os valores seguem firmes, sustentados pelo fato de as lavouras terem sido prejudicadas pelo clima seco durante o desenvolvimento. Nos últimos sete dias, a alta é de 1,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas).
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está cotado a R$ 96,82 por saca de 60 Kg. No geral, a liquidez é baixa. Alguns vendedores estão mais flexíveis nos valores de venda, sobretudo quando há necessidade de fazer caixa. Já os vendedores mais capitalizados se mantêm afastados do spot nacional, à espera de novas valorizações. Do lado dos consumidores, muitos ainda estão resistentes em adquirir o cereal nos atuais patamares de preços. Assim, estes demandantes trabalham com o produto em estoque. No campo, à medida que a colheita da safra de verão (1ª safra 2021/2022) avança, os produtores calculam as perdas e já iniciam a semeadura da 2ª safra de 2022. Neste caso, os produtores estão mais otimistas, por conta do clima mais favorável até o momento. As chuvas retornaram à Região Sul do País. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 2,820 milhões de toneladas de milho em janeiro de 2022, 18% inferior ao volume de dezembro/2021, mas 20% acima do de janeiro/2021.
No mês passado, foi finalizada a temporada 2020/2021 das exportações brasileiras e, no acumulado da safra (de fevereiro/2021 a janeiro/2022), foram embarcadas 20,9 milhões de toneladas, 14 milhões de toneladas a menos que na temporada anterior. Por outro lado, as importações mais representativas na atual safra foram um alento para algumas regiões brasileiras, com a maior entrada do cereal a partir de julho/2021. No acumulado da temporada, chegaram aos portos brasileiros 3,091 milhões de toneladas, praticamente o dobro do recebido na safra 2019/2020. Em janeiro, as importações somaram 162,58 mil toneladas, recuo de 64% frente ao mês anterior e 41% menores que as de janeiro/2021. Para a temporada 2021/2022, as exportações e importações estão estimadas pela nossa Consultoria em 40,0 milhões de toneladas e em 1,5 milhão de toneladas, respectivamente. No campo, paralelamente à colheita da safra de verão (1ª safra 2021/2022) nas Regiões Sul e Sudeste do País, a semeadura começa a ganhar ritmo na Região Centro-Oeste e em algumas áreas da Região Sul.
Em Mato Grosso, 27% da área esperada havia sido semeada até o dia 28 de janeiro. O avanço na colheita da soja tem permitido essa rápida semeadura do milho. Porém, no centro-sul, sudeste e oeste de Mato Grosso, os trabalhos de campo devem ser mais intensos a partir de meados de fevereiro, após a finalização da semeadura de algodão. Em Mato Grosso do Sul, até o dia 28 de janeiro, a área semeada havia somado 0,8% do esperado em Mato Grosso do Sul. Por enquanto, estima-se que 1,990 milhão de hectares sejam semeados, 13% inferior à temporada anterior, o que deve gerar 9,34 milhões de toneladas. No Paraná, a colheita do milho safra de verão (1ª safra 2021/2022) ganha ritmo. 14% da área estadual havia sido colhida até o dia 31 de janeiro. A semeadura do milho 2ª safra de 2022 segue firme, atingindo 10% da área estimada. Após a estiagem registrada durante o desenvolvimento da safra de verão, as chuvas registradas nos últimos dias têm feito com que os produtores se animem com a temporada 2021/2022. A colheita no Rio Grande do Sul segue mais acelerada que na temporada anterior, chegando a 42% da área até o dia 3 de fevereiro. Apesar de as chuvas ocorridas no encerramento de janeiro terem proporcionado certa recuperação às lavouras que ainda estavam nos estágios finais de desenvolvimento, as expectativas ainda são de produtividade baixa. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.