20/Jan/2022
Fatores altistas se sobressaem no mercado internacional de milho, devendo direcionar os futuros do cereal negociados na Bolsa de Chicago no curto prazo. O fator altista se sobressai em virtude da preocupação do mercado com as incertezas da safra da América do Sul, o encarecimento do milho da Ucrânia com tensão política do país com a Rússia, demanda chinesa fortalecida e balanço global apertado. O balanço global entre oferta e demanda do cereal deve continuar apertado. A produção deve voltar a superar o consumo, mas a relação entre estoque e uso deve permanecer em nível mais baixo que na temporada passada. Concretizado, o cenário de estoques globais ainda apertados deve manter os preços sustentados e traz um impacto altista se houver qualquer problema maior com a safra, como eventuais maiores perdas na produção sul-americana. As dúvidas quanto à produção na América do Sul motivaram a recuperação atual das cotações internacionais do cereal.
No Brasil, há quebra na produção da safra de verão (1ª safra 2021/2022). A safra argentina também preocupa e tem sido um fator de sustentação dos preços internacionais. Em relação à demanda, a China deve continuar elevando as compras, com a pecuária puxando o consumo local após a recuperação do plantel de suínos do país. As menores margens da indústria de suínos poderiam trazer um desestímulo à produção de carne suína, mas o governo tem estimulado tecnificação do setor o que tende a promover a demanda fortalecida. A estimativa é de que a China importe de 26 milhões a 27 milhões de toneladas na safra 2021/2022. Mais que volume, o que tem se questionado é qual será a origem desse volume. Com problemas nas exportações da Ucrânia e menor produção na América do Sul, talvez a China tenha de voltar a recorrer pouco mais a produto dos Estados Unidos. É um ponto de atenção que pode fornecer suporte ao mercado.
Entre os fatores baixistas para os preços, pode-se citar a safra robusta de milho na China em 2021/2022, a preocupação com novas variantes do coronavírus, o ritmo enfraquecido de vendas e embarques norte-americanos de milho e a perspectiva de aumento dos estoques finais norte-americanos na temporada 2021/2022. Do lado da oferta, em relação aos Estados Unidos, maior fornecedor global, o foco será nas exportações nos próximos meses e na intenção de plantio dos agricultores para a safra 2022/2023. Os preços fortalecidos tendem a estimular um aumento de área plantada, mas o elevado custo dos fertilizantes podem desestimular o cultivo do milho para uma cultura com menor intensidade de uso desses insumos. Este ainda é um ponto incerto a ser monitorado. O Fórum de Perspectivas Agrícolas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e o relatório de intenção de plantio do USDA de março devem fornecer noção mais próxima dessa conjuntura. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.