11/Jan/2022
O mercado doméstico de milho deve ter mais uma semana de baixa liquidez. A maior parte da indústria interna retomou as atividades, mas continua abastecida, especialmente com grão importado. Nas Regiões Sul e Centro-Oeste, o desacordo sobre preços entre agentes impera e apenas lotes pontuais são negociados. Além disso, os preços elevados inviabilizam novas compras pelas granjas. Por causa da estiagem na Região Sul do País, novos ajustes podem ser observados. A previsão é de temperaturas ainda elevadas, com ocorrência de chuvas isoladas ao longo desta semana. Os impactos do tempo quente e seco continuam sendo mensurados pelos produtores e estão no foco do mercado nesta semana. Estimativas atualizadas da safra 2021/2022 serão divulgadas nesta terça-feira (11/01), com prováveis cortes nas projeções.
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a negociação é pontual, devido à dificuldade de acordo sobre preços entre vendedores e compradores. Os compradores indicam entre R$ 100,00 e R$ 103,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega imediata e pagamento em 35 dias, e entre R$ 98,00 e R$ 100,00 por saca de 60 Kg FOB. Os produtores indicam valores mais altos (R$ 105,00 por saca de 60 Kg FOB). Os valores indicados por compradores se mantêm estáveis. As granjas reiniciaram as atividades, mas estão pouco ativas. Talvez a partir da segunda quinzena de janeiro, a negociação ganhe ritmo. A indústria está preocupada com as perdas nas lavouras de milho da safra de verão (1ª safra 2021/2022) e a dificuldade de repasse do aumento do custo com alimentação animal ao preço final das carnes. Em relação à comercialização antecipada para entrega futura, envolvendo grão da safra de verão (1ª safra 2021/2022) que está no campo, os negócios estão travados, em virtude da seca.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a comercialização de milho no spot evolui pouco. Os compradores indicam R$ 85,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento até o fim do mês. A falta de acordo sobre preços limita a efetivação de novos contratos. Alguns produtores indicam até R$ 100,00 por saca de 60 Kg nestes prazos. Mesmo as propostas mais elevadas não atraem os vendedores. A seca desanima as vendas. Além disso, tem armazém que vai vender somente o necessário e segurar o grão aguardando alta do preço. A demanda pelo grão é regional e vem de compradores locais com destino para confinamento e pastos. A procura por granjas de outros Estados é lenta e deve arrefecer ainda mais em meio à expectativa de aumento do frete com início da colheita da soja nas próximas semanas. Após o dia 2 de fevereiro, será inviável carregar milho para fora do Estado. Quanto aos negócios para entrega futura com grão da safra de verão (1ª safra 2021/2022) e 2ª safra de 2022, o mercado é lento. Para a 2ª safra de 2022, o comprador indica entre R$ 70,00 e R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto. Os produtores estão retraídos.