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29/Nov/2021

Tendência de estabilidade com demanda aquecida

A tendência é de preços mais firmes para o milho neste final de entressafra brasileira, com dólar em patamares próximos dos R$ 5,60, cotações futuras sustentadas na Bolsa de Chicago e aumento das cotações nos portos brasileiros. Após caírem por oito semanas consecutivas, os preços do milho voltaram a subir em grande parte das regiões. Nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), os valores foram influenciados pelo alto patamar do dólar e pelos avanços nos futuros externos. No interior do País, os vendedores, atentos a esse cenário e ao menor volume de chuvas em novembro, que gera certa preocupação quanto ao desenvolvimento da safra de verão (1ª safra 2021/2022), se afastaram do spot nacional, à espera de intensificação do recente movimento de alta nos preços. Os compradores de grande parte se mostram abastecidos, o que, inclusive, limita o avanço dos valores. Diante disso, o ritmo de comercialização tanto no interior quanto nos portos ainda está lento e abaixo do observado em anos anteriores. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) apresenta alta de 1,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 83,63 por saca de 60 Kg.

Nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), os aumentos são de 2,9% e de 1,4%, respectivamente. Nos últimos sete dias, a valorização é de 0,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na Região Sul, os preços seguem em queda, tendo em vista que essa região concentra a maior parte da safra verão (1ª safra 2021/2022). Na B3, os valores também estão em alta, influenciados pela alta dos preços nos portos. Nos últimos sete dias, o contrato Janeiro/2022 apresenta valorização de 4,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 88,69 por saca de 60 Kg, e o Março/2022 registra avanço de 4% no mesmo comparativo, a R$ 88,78 por saca de 60 Kg. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nas três primeiras semanas de novembro, foram exportadas 1,62 milhão de toneladas de milho, aumento de 500 mil toneladas na terceira semana do mês. Apenas como comparação, em todo o mês de novembro do ano passado, o Brasil embarcou 4,7 milhões de toneladas.

As importações ainda seguem aquecidas. Em novembro/2021, chegaram aos portos brasileiros 397 mil toneladas, e no mesmo mês do ano anterior, 209 mil toneladas. Caso siga com esse ritmo de embarques, chegarão aos portos brasileiros 700 mil toneladas neste mês, que poderá ser recorde segundo a série histórica da Secex. No campo, apesar da redução das chuvas ao longo de novembro e das consequentes preocupações, o desenvolvimento das lavouras segue satisfatório. No Paraná, 79% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo; 17%, em floração; e 4%, em frutificação. No Rio Grande do Sul, a semeadura está na fase final. 86% da área estimada já foi implantada, avanço de apenas 1% em relação à semana anterior. Destas, 55% estão em desenvolvimento vegetativo, 27%, em floração, e 18%, em enchimento de grãos. Até o dia 20 de novembro, o plantio havia atingido 85% da área estimada em São Paulo, 90% em Minas Gerais, 95% em Goiás e 95% em Santa Catarina. No Maranhão e na Bahia, os trabalhos de campo chegaram a 9% e a 45% das respectivas áreas.

De acordo com relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura de milho permanece em ritmo lento, com progresso de apenas 0,8% na última semana, totalizando 30% da área nacional até o dia 25 de novembro. Segue a preocupação com a falta de chuvas. Nos Estados Unidos, os contratos do milho estão avançando na Bolsa de Chicago, influenciados sobretudo pela maior demanda pelo cereal para etanol. O contrato Dezembro/2021 apresenta valorização de 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 5,79 por bushel. Os vencimentos Março/2022 e Maio/2022 registram alta de 1,0% cada, a US$ 5,85 por bushel e a US$ 5,90 por bushel, respectivamente. Quanto às lavouras, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 95% da safra de milho havia sido colhida até o dia 21 de novembro, contra 91% na semana anterior e acima da média de 92% dos últimos cinco anos. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.