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16/Nov/2021

Tendência de baixa dos preços do milho no Brasil

A tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com produtores desovando estoques à espera da colheita da nova safra de verão de milho e da soja, que deverá ser recorde. As exportações brasileiras de milho sofreram forte queda em 2021, fato que, somado ao aumento das importações, gerou aumento de oferta interna e pressão baixista sobre os preços nos últimos meses. No médio e longo prazo, as cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago sustentadas em patamares elevados deverão formar um piso para a baixa de preços no mercado interno. Em Chicago, os futuros estão oscilando entre US$ 5,50 e US$ 5,90 por bushel para os vencimentos entre janeiro a dezembro de 2022. Estimativas indicando possível boa produtividade na safra 2021/2022 de milho reforçaram o movimento de quedas nos preços do cereal, que, por sua vez, já vem sendo observado há algumas semanas na maior parte das regiões. Os compradores seguem afastados do mercado spot nacional. Do lado vendedor, alguns analisam necessidade de fazer caixa e outros estão mais dispostos a negociar, visando liberar espaços em armazéns para a entrada da safra verão (1ª safra 2021/2022).

Além disso, as exportações seguem desaquecidas. Nos últimos sete dias, os preços registram recuo de 2,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está cotado a R$ 82,75 por saca de 60 Kg, queda de 3,3% nos últimos sete dias, voltando aos patamares nominais de fevereiro deste ano. Além da demanda para exportação enfraquecida, a desvalorização do dólar pressiona as cotações do milho nos portos. Essa recente baixa nos portos e o fato de a média estar próxima da verificada no interior do País mantêm os produtores priorizando novos negócios com os compradores do mercado interno. A expectativa é de que os embarques sigam em ritmo lento nas próximas semanas. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de novembro foram exportadas apenas 447 mil toneladas de milho, com média diária de 149 mil toneladas, 37% abaixo da média de novembro/2020, mas ainda 66% maior que a do mês anterior.

Nos últimos sete dias, os preços do milho no Porto de Paranaguá (PR) apresentam queda de 4,3% e, no Porto de Santos (SP), recuo de 5,1%, com o milho registrando respectivas médias de R$ 83,46 por saca de 60 Kg e de R$ 82,93 por saca de 60 Kg. Apesar das preocupações iniciais com o clima, as chuvas intercaladas de dias com sol na maior parte de outubro e neste início de novembro têm favorecido as lavouras da temporada 2021/2022, elevando as perspectivas de maior produtividade. A área cultivada com milho na safra verão (1ª safra 2021/2022) deve ser até 3% maior que a da temporada anterior, passando para 4,5 milhões de hectares. A produtividade, por enquanto, está estimada em 12% acima da safra 2020/2021, com a produção podendo superar as 29 milhões de toneladas, expressivo aumento de 16%. Além disso, a semeadura da safra de verão (1ª safra 2021/2022) ocorrendo sem grandes interrupções tende a permitir que a 2ª safra de 2022 ocorra na janela ideal.

A produção total da safra 2021/2022 pode registrar novo recorde, projetada pela nossa Consultoria em mais de 120 milhões de toneladas. As importações (entre fevereiro/2022 e janeiro/2023) estão previstas em 900 mil toneladas, o consumo interno, em 76,1 milhões de toneladas e as exportações, em mais de 40 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou os estoques mundiais finais da safra 2021/2022, devido à elevação nos estoques brasileiros e chineses. Para a safra 2021/2022, o USDA estima produção mundial de 1,2 bilhão de toneladas, aumento de 0,5% em relação ao relatório de outubro. O aumento está atrelado à possibilidade de maior produção na Argentina, União Europeia e nos Estados Unidos. No Rio Grande do Sul, o cultivo da safra de verão (1ª safra 2021/2022) atingiu 82% da área prevista até o dia 11 de novembro. Do total que está na lavoura, 77% estão em germinação ou em desenvolvimento vegetativo, 18%, em floração e 5%, em enchimento de grãos.

No Paraná, a semeadura do milho da safra de verão (1ª safra 2021/2022) atingiu 98% da área prevista, e os trabalhos agora acontecem em ritmo mais lento, conforme relatório divulgado no dia 10 de novembro. Em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, os trabalhos de campo chegaram, até o dia 6 de novembro, a 70%, 50% e 65% das respectivas áreas. Nos Estados Unidos, de acordo com o relatório semanal do Crop Progress, 84% das lavouras de milho haviam sido colhidas até o dia 7 de novembro, 6% acima da média de 78% para os últimos cinco anos. Na Argentina, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura atingiu 29% da área estimada até o dia 11 de novembro. Na Bolsa de Chicago, apesar de as estimativas terem indicado aumento de oferta, valorizações nos futuros de trigo deram suporte às cotações de milho. O contrato Dezembro/2021 registra avanço de 1,8% nos últimos sete dias, a US$ 5,69 por bushel. Os vencimentos Março/2022 e Maio/2022 registram valorização de 1,8% e 1,7%, a US$ 5,78 por bushel e a US$ 5,82 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.