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08/Nov/2021

Tendência baixista para preços do milho no Brasil

A pressão é baixista sobre os preços do milho no mercado brasileiro, com demanda interna enfraquecida, recuo das cotações futuras em Chicago e necessidade de muitos produtores de esvaziar armazéns para a chegada da safra de soja. O dólar encerrou a primeira semana de novembro em queda de 2,19%, após encerrar outubro em alta de 3,67%. Em Chicago, após apresentarem fortes altas na semana anterior, as cotações voltaram a recuar nesta semana, pressionadas pela queda nas cotações do petróleo. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, o vencimento Março/2022 se desvalorizou 0,6%, para US$ 5,67/bushel). As negociações de milho estão destravando em algumas regiões produtoras, sobretudo no Centro-Oeste, com grão adquirido por tradings para exportação. No Sul, também saem lotes pontuais, embora os compradores dessa região estejam bem abastecidos e ainda haja queda de braço em relação a preços. Os preços do milho seguem em queda na maior parte das regiões brasileiras, mas firmes nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR).

Esse cenário vem sendo verificado há algumas semanas, e, neste início de novembro, os valores médios nos portos passaram a operar acima do Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas/SP). Nos últimos sete dias, o Indicador ESALQ/BM&F recuou 0,6%, para R$ 86,40 por saca de 60 Kg. Já nos portos de Santos e de Paranaguá, foram registradas valorizações de respectivos 0,3% e de 1,9%, com o milho negociado a R$ 87,37 por saca de 60 Kg e a R$ 87,19 por saca de 60 Kg. Ou seja, os valores nos portos operam em R$ 1 por saca de 60 Kg acima do Indicador, cenário que não era verificado, pelo menos no porto de Paranaguá, desde outubro de 2020. No interior do País, ainda predomina a baixa liquidez, já que compradores se mantêm afastados do mercado spot, sinalizando ter estoques. Além disso, esses demandantes estão atentos às perspectivas de boa safra de safra verão e de estoques confortáveis com as exportações desaquecidas.

Do lado vendedor, alguns agentes com necessidade de liberar espaço nos armazéns acabam sendo mais flexíveis nos preços. Nos portos, os valores têm sido sustentados pelo dólar elevado, mas essas pequenas altas não estão sendo repassadas para o interior e nem têm resultado em aumento no volume de negócios em Santos e em Paranaguá. Assim, as exportações seguem em ritmo desacelerado. Em outubro, o Brasil exportou apenas 1,797 milhão de toneladas, contra 5,003 milhões de toneladas em outubro de 2020. Vale lembrar que restam apenas três meses para o encerramento da temporada de exportação 2020/2021, em janeiro/2022, e, até agora, foram embarcadas apenas 12,285 milhões de toneladas, muito abaixo das 22 milhões de toneladas estimadas pela Conab. Já as importações somaram 503 mil toneladas em outubro, expressivo avanço de 163% sobre as do mesmo mês de 2020.

Para esta temporada, a estimativa é de importações de 2,5 milhões de toneladas, e, até agora (fevereiro/2021 a outubro/2021), chegaram aos portos brasileiros 1,850 milhão de toneladas. Os portos brasileiros devem seguir recebendo bons volumes do cereal até a entrada de novos lotes da safra de verão. Na B3, os contratos futuros de milho sofreram baixas ao longo da última semana. O vencimento Novembro/2021 está cotado e R$ 87,07 por saca de 60 Kg e Janeiro/2022 a R$ 87,31 por saca de 60 Kg. Os produtores seguem otimistas com o clima, que vem favorecendo o desenvolvimento da safra de verão 2021/2022. No Rio Grande do Sul, a área semeada atingiu 79%. Das lavouras implementadas, 1% já entrou em fase enchimento de grãos. No Paraná, a semeadura se aproxima da reta final, somando 93% da área estimada. Em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, os trabalhos de campo chegaram, até o dia 30, a 63%, 30% e 18% das respectivas áreas.

Em Mato Grosso, a semeadura de soja no período ideal deixa agentes com boas perspectivas para os trabalhos de campo envolvendo o cereal. 92% da área destinada ao milho 2ª safra será implementada até o final de fevereiro/2022, o que pode favorecer a produtividade. Por enquanto, a produção mato-grossense é estimada em 39,57 milhões de toneladas, 7 milhões de toneladas a mais que em 2020/2021. Na Argentina, com o retorno das chuvas e a consequente melhoria da umidade dos solos, o percentual de lavouras que apresentam boas condições passou de 73% na semana anterior para 82%. A semeadura atingiu 28,4% da área estimada até o último dia 4. Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indicou que 74% das lavouras já haviam sido colhidas, acima da média dos cinco últimos anos (66%). Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.