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25/Out/2021

Tendência de baixa com os compradores retraídos

A tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com compradores retraídos e mercado ofertado. O fraco volume de exportações e o aumento de importações ao longo deste ano deixou o mercado bem ofertado neste último trimestre de 2021. As recentes desvalorizações do milho no mercado interno e as altas nos preços nos portos têm diminuído a diferença entre as cotações médias destas regiões. Nesta parcial de outubro, os valores médios do cereal nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) estão apenas R$ 8,98 por saca de 60 Kg e R$ 8,46 por saca de 60 Kg abaixo do Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP). Trata-se da menor diferença desta 2ª safra de 2021. Ressalta-se que, em julho, início da 2ª safra de 2021, a diferença entre os valores era de mais de R$ 20,00 por saca de 60 Kg, com vantagem para o Indicador.

Já na comparação com outubro de 2020, quando as exportações estavam aquecidas, o Indicador operava próximo de R$ 2,00 por saca de 60 Kg acima dos valores nos portos. No geral, os consumidores seguem afastados do spot nacional, sinalizando ter estoques, sobretudo para o curto prazo, enquanto os vendedores, apesar de evitarem negociar grandes volumes, estão mais flexíveis nos valores. Nos portos, as cotações são sustentadas pela valorização do dólar frente ao Real e pelas altas nos preços externos. Nos últimos sete dias, as quedas são de 1,3% no mercado de balcão (preços pago ao produtor) e de 1,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F registra recuo de 1,3% nos últimos sete dias, a R$ 88,99 por saca de 60 Kg, o menor patamar desde o dia 29 de junho deste ano. Em São Paulo, muitos consumidores indicam que devem voltar ao mercado apenas quando tiverem maior necessidade.

Na B3, nos últimos sete dias, os contratos Novembro/2021, Janeiro/2022 e Março/2022 apresentam desvalorização de 0,3%, 0,2% e 1,2%, indo para R$ 88,53 por saca de 60 Kg, R$ 88,40 por saca de 60 Kg e R$ 88,18 por saca de 60 Kg, respectivamente. Nos portos, os preços em Santos (SP) se mantêm praticamente estáveis nos últimos sete dias e, em Paranaguá (PR), apresentam alta de 3,2%. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 10 dias úteis de outubro, foram exportadas apenas 696 mil toneladas de milho, bem abaixo das 5 milhões de toneladas em outubro de 2020. As importações somam 280 mil toneladas até o momento. No campo, as recentes chuvas intercaladas por dias de sol nas regiões produtoras da safra de verão têm favorecido as condições das lavouras, especialmente nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil.

No Paraná, a maioria das regiões está na fase final de semeadura da safra de verão (1ª safra 2021/2022), com 88% do total da área estimada no Estado já cultivada. Por enquanto, a estimativa de produção para a safra de verão (1ª safra 2021/2022) é de 4,1 milhões de toneladas no Paraná, aumento de 32% frente à temporada anterior. No Rio Grande do Sul, as chuvas dificultaram avanços mais significativos na semeadura. 70% do total da área havia sido semeada até o dia 21 de outubro, avanço semanal de apenas 5%. Em Santa Catarina e em São Paulo, os trabalhos de campo totalizavam, até o dia 16 de outubro, 83% e 55% das respectivas áreas destinadas ao cereal. Nos outros Estados produtores do País, o volume semeado ainda não é representativo.

Na Argentina, a semeadura apresentou avanço de 3,1%, somando 26,3% do total da área estimada para esta temporada até o dia 21 de outubro. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 17 de outubro, os produtores norte-americanos haviam colhido 52% da safra, contra 57% no mesmo período do ano passado. Com relação ao cereal que está na lavoura, 97% estão maduros, mesmo percentual do ano passado. Quanto às condições, 60% da safra está em estado bom e excelente. Apesar do bom andamento da colheita nos Estados Unidos, a melhora na demanda pelo cereal para exportação e para produção de etanol impulsionou os contratos negociados na Bolsa de Chicago. O contrato Dezembro/2021 registra valorização de 3% nos últimos sete dias, a US$ 5,32 por bushel. Os vencimentos Março/2022 e Maio/2022 apresentam alta de 3,0% e 2,8% respectivamente, a US$ 5,41 por bushel e a US$ 5,45 por bushel, nesta ordem. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.