21/Out/2021
Os preços do milho continuam firmes nas regiões produtoras do País e, com isso, só saem acordos quando o valor pago se aproxima mais da indicação de produtores. Os compradores procuram diversificar os insumos para alimentar as criações ou para fabricação de ração, lançando mão de cereais de inverno, como trigo e aveia na Região Sul do País, numa estratégia, também, de pressionar os preços do milho. De forma geral, porém, as negociações ainda não deslancham, inclusive as da safra 2021/2022, mesmo com o plantio adiantado.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, os preços registram alta em comparação aos da semana passada, o que estimula os negócios. Há registro de negócios para fábricas de ração e confinamentos a R$ 80,00 por saca de 60 Kg FOB, para carregamento imediato e pagamento em 30 dias. Os compradores do mercado interno decidiram elevar os preços porque os valores indicados para exportação subiram, sustentados pela valorização do dólar ante o Real. Tradings indicam R$ 87,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá (PR), o equivalente a R$ 78,00 por saca de 60 Kg FOB em Dourados, para embarque em novembro e pagamento em dezembro, ainda abaixo do valor apresentado por consumidores domésticos. Com relação à 2ª safra de 2022, as usinas de etanol indicam R$ 71,00 por saca de 60 Kg FOB, base Dourados, para embarque em julho do ano que vem e pagamento em agosto, mas os vendedores indicam valores mais altos (R$ 72,00 por saca de 60 Kg).
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, as negociações de milho no spot seguem bastante travadas, apenas com lotes pontuais saindo da mão para a boca. As indicações estão entre R$ 90,00 e R$ 91,00 por saca de 60 Kg CIF Passo Fundo, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Mas, os produtores se mantêm firmes. Assim, não saem negócios. O apetite de compradores (granjas e agroindústrias) está comedido, já que, por causa do alto preço do milho, têm lançado mão de cereais de inverno para alimentar as criações, como trigo e cevada, que estão na colheita. Quanto ao milho da safra de verão (1ª safra 2021/2022), não havia sequer indicações de preços, tanto para compra quanto para venda. O produtor está receoso de liberar lotes com antecedência, por causa do risco de estiagem mais à frente. Além disso, ainda há milho da safra passada para ser negociado.