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22/Set/2021

Área plantada avançará na 1ª safra de milho 2022

O plantio da safra de milho já está em andamento no país, e a expectativa é que a área destinada ao cereal cresça neste ciclo 2021/2022. Isso por causa da oportunidade de mercado criada após as duas principais safras do cereal enfrentarem quebra em 2020/2021, o que fez a produção total cair 16,4% em relação a 2019/2020. Mas, a expansão deverá ser modesta, segundo as primeiras previsões do mercado. Entre as consultorias, as previsões de área a ser destinada ao milho safra de verão (1ª safra 2021/2022) estão entre 4,38 milhões e 4,53 milhões de hectares; o cálculo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para 2020/2021 é de 4,35 milhões de hectares.

Apesar de uma janela de mercado estar aberta, a concorrência com a soja impede avanço mais forte. “Não chegará a ser um aumento de área de milho, apenas uma interrupção na queda que temos visto ano após ano”, resume Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio. Apesar de os custos terem subido mais de 52% no Rio Grande do Sul, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro-RS), Cogo não vê grande diferença nas margens de soja e milho no Estado. “O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é próximo a 58% nos dois casos. Como o desembolso no milho é maior, o produtor pode ficar receoso, mas a produtividade é mais alta e os preços estão bem atrativos”, afirma.

O vácuo deixado pela quebra em 2020/2021 criou um cenário de preços mais atraente ao produtor. Um exemplo é o Indicador Cepea. Na segunda-feira (20/09), o milho estava cotado a R$ 92,81 por saca de 60 Kg, valor 56,8% maior que o do mesmo dia de 2020 (R$ 59,19 por saca de 60 Kg). Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), o produtor tem chance de ter um faturamento melhor do que com a soja, com certeza. Vender milho a R$ 90,00 por saca de 60 Kg não é nada absurdo para Paraná e Mato Grosso do Sul, por exemplo. É uma grande oportunidade. Muitos produtores estão com dificuldades para encontrar sementes com resistência à cigarrinha por causa da forte demanda.

Mas, a produtividade ainda pode ser muito maior. Os Estados Unidos produzem 12 toneladas por hectare, enquanto no Brasil a produtividade fica em torno de 5 a 6 toneladas por hectare. Há espaço para melhorar. Os preços também estão atrativos na Bolsa de Chicago, mesmo com os recuos recentes. Diante da quebra no Brasil e de estoques mundiais apertados, o grão no mercado futuro subiu quase 40% em 12 meses na Bolsa. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o cenário na Argentina deverá levar a uma área recorde de milho em 2021/2022, a 7,1 milhões hectares.

Essa soma de fatores, positiva ao agricultor, também significa que os criadores de aves e suínos deverão continuar com custos elevados, uma vez que o milho é um insumo importante na ração. Independentemente do aumento de área e da redução nas exportações (estimada em 40%), o esperado alívio nos preços deverá ocorrer apenas após a 2ª safra de 2022, no segundo semestre. Para a safra de verão (1ª safra 2021/2022), o produtor terá uma boa oportunidade de mercado. O problema de abastecimento brasileiro irá até a entrada da 2ª safra de 2022. Há espaço para preços altos até lá. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.