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16/Set/2021

Clima adverso e pragas prejudicam 2ª safra 2021

A colheita da 2ª safra de milho de 2021 está na reta final em boa parte do Brasil. A temporada foi marcada por adversidades climáticas, como falta de chuvas em grande parte do ciclo de produção do cereal e por geadas, contexto que reduziu com força a produtividade. Nesta safra, contudo, infestações de pragas, como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), acabaram acentuando a queda na produtividade em algumas áreas. Esse cenário, que causou danos severos especialmente ao milho, surpreendeu parte dos agricultores, principalmente os da Região Sul do País, onde a ocorrência severa da praga era desconhecida. Também houve ataque de percevejos em algumas regiões. Na Região Sul, grande parte das lavouras tem apresentado produtividade média abaixo de 50 sacas de 60 Kg por hectare. Dessa forma, muitos produtores estão com dificuldades para cumprir os contratos de entrega do milho; alguns, inclusive, já acionaram os seguros rurais para tentar amortizar os prejuízos.

No Cerrado, o milho 2ª safra de 2021 tem registrado produtividades médias de 90 sacas de 60 Kg por hectare em Rondonópolis (MT) e de 50 sacas de 60 Kg por hectare em Uberaba (MG), inferiores às observadas na temporada anterior. Ressalta-se que, no Cerrado, a incidência da cigarrinha-do-milho é mais comum; portanto, os produtores conseguiram controlar melhor a praga na comparação com agentes da Região Sul. O uso de defensivos, que tinha como alvo os percevejos, também ajudou a controlar a cigarrinha. Ainda assim, o atraso no plantio e o clima desfavorável resultaram em queda na produtividade em boa parte das regiões do Cerrado, de 15% a 40%. Visando conter o avanço da cigarra no milho, os produtores de algumas regiões precisaram elevar o número de aplicações de defensivo. Como consequência, nesta 2ª safra de 2021, houve aumento da participação dos gastos com defensivo sobre o Custo Total (CT), o que pressiona a margem líquida do produtor.

No Paraná, na região de Cascavel, onde a cigarrinha do milho deixou os produtores em alerta, foram necessárias duas aplicações extras do insumo na safra 2020/2021 em relação à anterior. Essas duas aplicações extras, por sua vez, representaram elevação de R$ 39,88 por hectare (ou de 0,58 sacas de 60 Kg por hectare) nos custos. Nesse cenário, os produtores deste Estado investiram 3,05% do Custo Total (CT) da atual safra no combate à praga, contra 2,24% na safra anterior. Em Mato Grosso do Sul, na região de Chapadão do Sul, também houve aumento médio de duas aplicações do defensivo e, consequentemente, acréscimo de R$ 201,00 por hectare (ou de 2,62 sacas de 60 Kg por hectare) nos custos. Assim, 4,94% do Custo Total foi utilizado para a compra dos químicos na safra 2020/2021, contra apenas e 1% em 2019/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.