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13/Set/2021

Tendência de pressão de baixa sobre preço do milho

A tendência é de pressão baixista sobre os preços do milho no mercado brasileiro, com as cotações futuras na Bolsa de Chicago mais próximas do patamar de US$ 5 por bushel, se distanciando das máximas do ano, quando se aproximaram de US$ 7 por bushel. O relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) elevou a estimativa de área plantada em 2021/2022 nos Estados Unidos e, também, a projeção de produção, de 374,7 milhões de toneladas (em agosto), para 380,9 milhões de toneladas. Porém, o número ficou abaixo das estimativas de mercado e o contrato março/2022 fechou a US$ 5,25 por bushel, com alta de 1,2%. Os vencimentos de 2022 na Bolsa de Chicago estão em uma faixa entre US$ 5,00 e US$ 5,30 por bushel, ainda muito acima da média histórica dos últimos cinco anos para um período de colheita nos Estados Unidos.

Mesmo com a quebra expressiva de 29% na 2ª safra brasileira de milho de 2021 (ante a expectativa inicial), a oferta ainda grande da segunda temporada e o aumento do ingresso de milho importado mantém a pressão baixista sobre os preços no mercado interno. Após atingir a casa de R$ 100 por saca de 60 Kg em agosto passado, o Indicador Esalq está próximo do patamar de R$ 93 por saca de 60 Kg. A colheita da 2ª safra de milho de 2021 avança no País, mas a liquidez segue baixa no mercado spot nacional. Na semana passada, além dos feriados nacional e internacional, o menor ritmo de negócios esteve atrelado à restrição de compradores, que têm expectativa de novas desvalorizações nas próximas semanas. Nesse cenário, os preços do milho seguem em queda, mas esse movimento acaba sendo limitado por preocupações quanto à oferta. Os produtores seguem relatando consideráveis quedas nas produtividades, o que vem sendo confirmado por dados oficiais.

Nos últimos sete dias, os preços registram recuo de 2,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No mesmo período, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) apresenta queda de 0,9%, cotado a R$ 93,53 por saca de 60 Kg. Os consumidores desta região indicam possuírem estoques, sobretudo para o curto prazo, o que mantém a pressão sobre as cotações desde meados de agosto. Outro ponto que influencia as baixas internas é o menor interesse de compradores nos portos brasileiros. Os preços nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP) chegam a operar em até R$ 20,00 por saca de 60 Kg abaixo dos verificados em Campinas (SP). Considerando-se os valores nominais para pronta entrega, nos últimos sete dias, as quedas são de 1,5% no Porto de Paranaguá e de 3,1% no Porto de Santos, passando para R$ 75,07 por saca de 60 Kg e R$ 72,71 por saca de 60 Kg, respectivamente.

Por enquanto, o volume de milho exportado pelo Brasil em 2021 segue abaixo do escoado no ano passado. Esse cenário reduz a estimativa de embarques desta safra (de fevereiro/2021 a janeiro/2022) para 18 milhões de toneladas de milho, segundo projeções da nossa Consultoria. O déficit hídrico e as geadas prejudicaram a produção nacional da 2ª safra de 2021. Para a 3ª safra de 2021, a área cultivada cresceu 9,2% entre a temporada anterior e a atual, com a produção somando 1,53 milhão de toneladas, mas ainda 16,8% inferior à do ano anterior. No agregado das três safras, a oferta brasileira passa a ser estimada em 84,9 milhões de toneladas. O consumo interno está estimado em 70,9 milhões de toneladas. As importações estão estimadas em 3,5 milhões de toneladas. Neste caso, os estoques finais em janeiro/2022 ficariam em 10,1 milhões de toneladas. No campo, as chuvas retornaram em partes da Região Sul do País, animando os produtores. No geral, a colheita da 2ª safra de 2021 e a semeadura da safra de verão (1ª safra 2021/2022) seguem firmes. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.