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06/Set/2021

Tendência de pressão baixista sobre preço do milho

A pressão baixista se acentua sobre os preços do milho no mercado brasileiro, com dólar abaixo do patamar de R$ 5,20, cotações futuras na Bolsa de Chicago se aproximando mais do patamar de US$ 5 por bushel para os primeiros vencimentos, baixos volumes exportados pelo Brasil em 2021 e compradores retraídos com maior oferta interna oriunda da 2ª safra – apesar das quebras de 30% registradas nesta temporada. Com a maior parte dos demandantes internos afastada das compras e produtores avançando com a colheita, o volume de milho no spot nacional vem aumentando. Assim, alguns compradores que precisam recompor os estoques aproveitam para negociar, mas, no geral, a liquidez ainda está reduzida. O Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas/SP) registra recuo de 4,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 92,26 por saca de 60 Kg, o menor patamar desde o início de julho. Nos últimos sete dias, os valores registram recuo de 2,5% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 2,7% no de lotes (negociação entre empresas).

Apenas na Região Sul do País que os preços estão avançando, em função da baixa disponibilidade. No Rio Grande do Sul, nas regiões de Santa Rosa e Ijuí, a alta é de 0,2% no mercado de lotes. Refletindo as quedas no spot nacional, os contratos negociados na B3 também estão em baixa. Os vencimentos Setembro/2021 e Novembro/2021 apresentam recuo de 4,0% e 4,3%, respectivamente, a R$ 91,58 por saca de 60 Kg e a R$ 91,86 por saca de 60 Kg. As recentes desvalorizações interna e externa mantêm lentas as negociações para exportação. O preço do milho posto no Porto de Paranaguá (SP) registra queda de 2,1% nos últimos sete dias, cotado a R$ 76,18 por saca de 60 Kg. No Porto de Santos (SP), a baixa é mais intensa, de 7,5% no mesmo período, para R$ 75,02 por saca de 60 Kg. Esse movimento também está atrelado à desvalorização do dólar. Quanto aos volumes embarcados, apesar de registrarem aumentos mensais, ainda não são expressivos.

Em agosto, foram exportadas 4,349 milhões de toneladas de milho, 30% a menos que no mesmo mês de 2020. Com o atual ritmo de exportação, as vendas externas deverão ficar abaixo de 20 milhões de toneladas em 2021. Até o momento, no ano comercial, entre fevereiro/2021 e agosto/2021, foram embarcadas apenas 7,638 milhões de toneladas. Já as importações seguem surpreendendo. Em agosto, o Brasil comprou 145,7 mil toneladas, o dobro do adquirido no mesmo mês de 2020. Desde fevereiro/2021, quando começou a temporada brasileira, já chegaram aos portos nacionais 949 mil toneladas. Apesar da atual situação de queda nas cotações, as previsões mundiais são de estoques curtos na atual temporada. Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a relação estoque/consumo mundial na safra 2020/2021 é de 24,5%, o que não era observado desde 2013/2014.

O plantio do milho da safra de verão (1ª safra 2021/2022) tem ganhado ritmo na Região Sul do Brasil. No Paraná, apesar do tempo seco, 3% do total da área estimada para a safra de verão (1ª safra 2021/2022) já havia sido semeada até o dia 30 de agosto. No Rio Grande do Sul, com as precipitações que ocorreram na semana passada, os produtores aproveitaram para avançar com os trabalhos de campo. A 2ª safra de 2021 está em período de finalização da colheita. No Paraná, até o dia 30 de agosto, 82% da área estimada já havia sido colhida. Em Mato Grosso, os trabalhos de campo foram finalizados no dia 30 e agosto e, apesar do atraso da semeadura nesta temporada, a intensificação dos trabalhos em julho contribuiu para o fechamento dentro do período ideal. Em Mato Grosso do Sul, 70% da área foi colhida até o dia 28 de agosto. Em São Paulo, Goiás e Minas Gerais, as áreas colhidas somavam respectivos 70%, 90% e 82% até o dia 28 de agosto.

De acordo com o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 29 de agosto, 4% da safra norte-americana apresentava condição muito ruim, 10%, ruim, 26%, média, 46%, boa e 14%, excelente. Das lavouras, 9% estão em maturação, 1% menor que a média dos últimos cinco anos (2016-2020) e 2% abaixo do mesmo período do ano passado. Quantos aos preços nos Estados Unidos, registram fortes recuos, influenciados por preocupações com possíveis interrupções nas exportações do país. Ressalta-se que o furacão Ida, que passou pelos Estados Unidos na semana passada, causou danos à infraestrutura do principal canal de escoamento de grãos do país (Costa do Golfo de Mississipi). Na Bolsa de Chicago, os contratos Setembro/2021 e Dezembro/2021 apresentam quedas de 6,6% e de 4,6% nos últimos sete dias, a US$ 5,16 por bushel e a US$ 5,25 por bushel. O contrato Março/2022 registra baixa de 4,2% no mesmo comparativo, cotado a US$ 5,34 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.