27/Ago/2021
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no evento "Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2021/22 - Edição Verão", que ocorreu nesta quinta-feira (26/08), a projeção de produção brasileira de milho é de 115,9 milhões de toneladas na safra 2021/2022, aumento de 33,8% ante 2020/2021. Deste volume total, 87,3 milhões de toneladas devem ser colhidas na 2ª safra de 2022 (+45% ante 2020/2021), 27,2 milhões de toneladas na safra de verão (1ª safra 2021/2022), +9% ante ciclo anterior, e 1,5 milhão de toneladas na 3ª safra (estável frente à temporada anterior). Para 2020/2021, que ainda está sendo colhida, a projeção de produção total é de 86,7 milhões de toneladas, com quebra de 20% na produção da 2ª safra de 2021, que deve ficar em 60,3 milhões de toneladas e redução de 3% na safra de verão (1ª safra 2020/2021), a 24 milhões de toneladas. A área plantada com milho no País deve crescer 3% em 2021/2022 ante o ciclo anterior, para 20,6 milhões de hectares.
Estas são as primeiras estimativas para a safra 2021/2022. O consumo firme de milho na produção de etanol e a demanda sustentada pelo cereal para alimentação animal tendem a incentivar o aumento do cultivo do milho no País. O bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho para ração animal. Os estoques de passagem de milho do País entre as safras devem apresentar recuperação com previsão de 9,9 milhões de toneladas ao fim de 2021/2022, ante previsão de 5,1 milhões de toneladas na safra 2020/2021. A temporada vai se encerrar com menor nível de estoques da série histórica. Quanto aos preços, a expectativa é de arrefecimento nas cotações do cereal no mercado interno com a entrada da safra de verão (1ª safra 2021/2022) a partir de fevereiro do ano que vem.
Os preços devem se manter elevados, mas com tendência de queda. Não devem se sustentar em R$ 100,00 por saca de 60 Kg. É esperado recuo significativo das cotações nacionais após a colheita da 2ª safra de 2022. A rentabilidade esperada em relação ao custo variável é de 54% a 59% na safra 2021/2022. Entre os fatores altistas para os preços, pode-se citar o baixo estoque de passagem da temporada 2020/2021, a oferta reduzida devido aos problemas climáticos, a produção nacional abaixo da média histórica, os preços internacionais em alta e o Real desvalorizado. Como fatores baixistas, estão as incertezas sobre a demanda chinesa por milho, que determina os preços mundiais do cereal e os custos de importação no nível dos preços nacionais. O País atravessou um momento de crise com preço médio de milho elevado e quebra na produção, mas com perspectiva de recuperação no médio prazo a partir da próxima safra. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.