24/Ago/2021
Notícias recentes sobre possíveis estímulos à importação de milho vem contribuindo para que as negociações no spot fiquem ainda mais lentas. Os compradores reduzem as indicações em algumas regiões, na expectativa de que o Ministério da Agricultura sinalize uma Medida Provisória (MP) para isentar PIS/Cofins na importação do cereal. Além disso, os estoques feitos recentemente por compradores, a chegada de cargas importadas da Argentina e a oferta no mercado interno de cereal que seria exportado também contribuem pela menor procura pelo grão. Os vendedores tampouco demonstram urgência em negociar, o que faz com que a comercialização no spot avance muito lentamente.
Em Mato Grosso, na região de Nova Mutum, a negociação é lenta. Os consumidores domésticos indicam entre R$ 78,00 e R$ 79,00 por saca de 60 Kg FOB no spot, para embarque e pagamento no curto prazos. O apetite de usinas de etanol por milho é fraco. Esses agentes indicam cerca de R$ 3,00 por saca de 60 Kg a menos do que outros compradores. Com a notícia de possibilidade de importação sem PIS/Cofins, a negociação acabou diminuindo. Quanto à 2ª safra de 2022, não há indicações de compra ou venda. Os produtores não querem adiantar as compras.
No Paraná, na região oeste, a negociação está travada. Os vendedores estão retraídos. Do lado comprador, especialmente neste momento, há relativo abastecimento, o que reduz a demanda no físico. Tem chegado milho importado do Mercosul; grão novo da 2ª safra de 2021 (mesmo com a forte quebra no Estado, os trabalhos de colheita prosseguem); integrações vêm recebendo o milho negociado anteriormente e empresas exportadoras tem feito muito washout (revertendo para o mercado interno lotes que seriam exportados). Todos estes fatores contribuem para a queda de preços do milho. Assim, as indicações estão em torno de R$ 98,00 a R$ 100,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Em relação ao milho da 2ª safra de 2022 e à safra de verão (1ª safra 2021/2022), não há sequer indicações de preços.