ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Ago/2021

Rally da Safra reduz previsão da 2ª safra de milho

Foi revisada para baixo a estimativa para a colheita de milho na 2ª safra de 2021 no País, em decorrência de problemas climáticos, como estiagem e, mais recentemente, fortes geadas nas regiões produtoras. O País deve colher agora 60,9 milhões de toneladas de milho na 2ª safra de 2021, corte de 4,4 milhões de toneladas em relação à projeção de junho e quebra de 20,6% sobre a safra de inverno anterior, quando foram produzidos 76,7 milhões de toneladas. A perspectiva inicial para a colheita de inverno, divulgada em janeiro, era bem maior, com previsão de recorde de 83,9 milhões de toneladas, em função dos bons preços no mercado doméstico de milho. Entretanto, não é exagero dizer que nunca se viu uma 2ª safra de milho como a atual.

O ciclo começou com o plantio mais tardio da história e continuou com as lavouras se desenvolvendo sob clima irregular em abril e maio. Para fechar, três ondas sucessivas de frio: a primeira em 29 de junho, a segunda em 20 de julho e a última nos dias 29 e 30 de julho, resultaram em geadas severas no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em função desses acontecimentos climáticos, o Rally da Safra (expedição para averiguar, no campo, as condições das lavouras de grãos, promovida anualmente) decidiu enviar duas equipes extras para percorrer as principais regiões produtoras na segunda quinzena de julho, a fim de atualizar os números divulgados no fim do roteiro regular, que se encerrou em 24 de junho.

Normalmente, julho é um mês de poucos acontecimentos para a 2ª safra, quando a colheita se aproxima do fim e a produtividade das lavouras está praticamente definida. Esta temporada, porém, está sendo completamente diferente. Os Estados percorridos pelas equipes foram Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais (entre 20 e 25 de julho) e Mato Grosso do Sul e Paraná (entre 26 de julho e 1º de agosto). Foi apurada queda de 52% na produtividade da 2ª safra de 2021 em Minas Gerais ante o ciclo 2019/2020, para 46,4 sacas de 60 Kg por hectare. Essas lavouras foram mais prejudicadas pela seca do que se esperava. Em Mato Grosso, a produtividade foi mantida em 94,5 sacas de 60 Kg por hectare (ante a previsão de junho), ou 14% menos do que a 2ª safra de 2020.

Goiás, por sua vez, manteve as 67,8 sacas de 60 Kg por hectare de junho, mas queda de 35% ante 2019/2020. A geada afetou sobretudo as lavouras de Mato Grosso do Sul e do Paraná. Em relação ao fim de junho, as estimativas de produtividade foram revistas para 43,7 sacas de 60 Kg por hectare no Paraná (48% menos do que em 2019/2020) e 42,7 sacas de 60 Kg por hectare em Mato Grosso do Sul (queda de 49%). O grande problema dessa safra não foi a geada, que costuma ocorrer nessa época, mas sim o atraso no plantio que fez com que as lavouras estivessem em estado crítico de desenvolvimento quando as ondas de frio ocorreram. No momento, as baixas temperaturas atrasam a perda de umidade das lavouras e postergam ainda mais a colheita, principalmente no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.