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29/Jul/2021

PR redireciona para o mercado interno e importará

Segundo a Ocepar, para driblar a quebra na 2ª safra de milho de 2021, que reduziu a oferta neste ano, cooperativas do Paraná estão redirecionando para o consumo interno produto que seria destinado à exportação. Elas também devem continuar priorizando o mercado doméstico nos novos negócios dos próximos meses. Entre contratos já fechados envolvendo a 2ª safra de 2021 e outros que ainda serão travados, o volume deve girar entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas do grão. Praticamente, o Paraná não vai exportar nada de milho nesta safra. Desde 2017, o Estado vinha mantendo a posição de terceiro maior exportador de milho do Brasil, atrás de Mato Grosso e Goiás, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). A maioria das cooperativas do Estado está com oferta curta de milho e, por isso, vem negociando contratos com importadores e redirecionando a produção para consumo próprio ou de outras cooperativas. Algumas que não consomem milho e atuam fortemente na exportação também estão priorizando o mercado interno.

Da 2ª safra de 2021 que já teria sido vendida para o mercado externo, a estimativa é de o que o volume se aproxime de 500 mil toneladas. No Paraná, em torno de 25% da produção esperada tinha sido negociada, mas não somente para exportação. Além disso, entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas que potencialmente seriam comercializadas para o mercado externo até janeiro, quando começa a colheita da próxima safra de verão (1ª safra 2021/2022), devem ficar no Paraná. Inicialmente, havia expectativa de que o Paraná produzisse em torno de 17 milhões de toneladas, das quais 3 milhões de toneladas na safra de verão (1ª safra 2020/2021) e 14 milhões de toneladas na 2ª safra de 2021. Contudo, com o atraso no plantio da 2ª safra de 2021, estiagem e mais recentemente geadas, houve quebras. A 2ª safra de 2021 deve ficar um pouco abaixo de 7 milhões de toneladas (em cerca de 6,5 milhões de toneladas). Então, haveria uma oferta total de 9,5 milhões a 10 milhões de toneladas, enquanto a demanda do Estado é de 12 a 13 milhões de toneladas.

Até o fim de junho, a estimativa do Deral/Seab para a 2ª safra de 2021 no Paraná era de 9,8 milhões de toneladas de milho. Historicamente, o Paraná é o maior importador de milho do Brasil. Boa parte do cereal vem do Paraguai, mas, neste ano, os produtores do país vizinho também enfrentam problemas semelhantes aos do Paraná, como seca e geada. A produção deve ficar próxima de 4 milhões de toneladas. A movimentação de caminhões com milho provenientes do Paraguai ainda não é intensa, porque a colheita está no início, mas a tendência é de que isso mude nos próximos meses. Em 2020, o Paraná importou aproximadamente 900 mil toneladas de milho, de diversos destinos, e a tendência é que esse volume seja maior em 2021. Cooperativas do Estado também devem adquirir milho da Argentina e dos Estados Unidos até o fim do ano. Atualmente, o milho argentino ainda é mais viável economicamente para compradores do que o norte-americano, em virtude principalmente da distância entre o Brasil e os dois países.

O milho argentino tem chegado ao Porto de Paranaguá (PR) com valor semelhante ao cobrado no interior do Estado, entre R$ 90,00 e R$ 93,00 por saca de 60 Kg, mas, a esse valor, precisa ser somado o custo do frete para levá-lo ao interior. Na região oeste do Paraná, o milho está, em média, a R$ 100,00 por saca de 60 Kg. O cereal do Paraguai também está com preço semelhante ao do brasileiro. Para o importador, há um efeito importante de segurar o aumento do preço no mercado interno. Se ele comprasse o milho no Paraná, puxaria o preço para cima. Além disso, as perdas nas lavouras e a necessidade de pagar contas devem levar produtores a vender o milho que ainda não tenha sido comercializado. Ao menos no Paraná, o produtor também está preocupado com as contas que tem de pagar, porque vai colher, em média, metade do que esperava. Ele vinha capitalizado, mas vai precisar vender esse milho para quitar dívidas. De qualquer forma, não há muito espaço para queda de preços. Logicamente, depende do câmbio. Se o dólar subir, o milho pode subir mais, e se cair, pode viabilizar o cereal de outras origens, como Estados Unidos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.