28/Jul/2021
O retorno de consumidores domésticos da Região Sul ao milho de Mato Grosso vem levando empresas locais a aceitarem pagar o valor indicado por vendedores para assegurar volumes. Este movimento tem viabilizado a realização de negócios envolvendo volumes consideráveis nos últimos dias. Alguns compradores estão elevando suas indicações para se equiparar à concorrência, garantindo a sustentação dos preços. Os exportadores seguem sem competitividade, pagando quase R$ 20,00 por saca de 60 Kg a menos em algumas regiões pelo milho da safra atual. A diferença entre os preços do milho no spot e do grão futuro também desestimula a negociação antecipada do cereal de 2022. No Paraná, os vendedores estão recuados em virtude de nova previsão de geada para esta semana.
Em Mato Grosso, na região de Sorriso, há registro de negócios a R$ 80,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em agosto e pagamento no fim de setembro. Parte dos compradores está aceitando pagar o valore indicado por produtores para conseguir originar volumes. No início da semana passada, por exemplo, os consumidores do mercado interno do Estado, entre os quais usinas de etanol, ainda indicavam entre R$ 75,00 e R$ 77,00 por saca de 60 Kg, enquanto os compradores do Paraná e de Santa Catarina já indicavam R$ 80,00 por saca de 60 Kg. Nesta semana, todos os compradores passaram a indicar o mesmo valor. Os produtores têm receio de que possa faltar milho para cumprir contratos fechados, a depender dos efeitos dos eventos climáticos recentes.
Os produtores que têm milho sobrando acreditam em altas futuras, por causa da escassez de oferta na Região Sul. Os valores indicados para exportação seguem inferiores aos do mercado interno, entre R$ 62,00 e R$ 64,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque também em agosto com pagamento em setembro. Para a 2ª safra de 2022, tradings indicam entre R$ 55,00 e R$ 56,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque e pagamento em setembro do ano que vem. Não há interesse de venda. Usinas de etanol e fábricas de ração indicam até R$ 57,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em junho do ano que vem e pagamento em agosto, ou R$ 57,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto de 2022. Para a 2ª safra de 2023, os compradores indicam R$ 49,00 por saca de 60 Kg FOB, base Sorriso e Nova Mutum, para embarque em julho de 2023 e pagamento em agosto.
No Paraná, a negociação evolui pouco. Na região norte do Estado, os compradores indicam R$ 105,00 por saca de 60 Kg no spot e R$ 97,00 por saca de 60 Kg para setembro CIF Londrina. Na região oeste, a indicação de compra é de R$ 105,00 por saca de 60 Kg, para retirada em agosto e pagamento até o fim de agosto. Em ambos os casos, os preços se mantêm estáveis nos últimos dias, mas sem atrair interesse de vendedores. No Porto de Paranaguá, a indicação é de R$ 78,00 por saca de 60 Kg para agosto e R$ 77,80 por saca de 60 Kg para setembro. Quanto à 2ª safra de 2022, no Porto de Paranaguá, os compradores indicam R$ 70,80,00 por saca de 60 Kg, para entrega em junho e R$ 70,00 por saca de 60 Kg, para entrega em julho. Na região norte do Paraná, a indicação de compra é de R$ 68,00 por saca de 60 Kg, para retirada em julho ou agosto do ano que vem. Os vendedores já estavam inseguros quanto à qualidade da 2ª safra de 2021 com as geadas recentes. A previsão de novas geadas nesta semana afasta ainda mais os vendedores. Há rumores da chegada de milho de Mato Grosso do Sul, mas o Estado também teve perdas na 2ª safra de 2021, o que limita a disponibilidade. Muitos compradores têm recorrido à importação, principalmente da Argentina.