28/Jul/2021
O Sindicarnes de Santa Catarina afirmou que as indústrias do setor de proteína animal do Estado têm importado mais milho e farelo de soja dos países vizinhos, especialmente da Argentina e do Paraguai. Porém, a estratégia visa resolver a baixa disponibilidade dos cereais, e não necessariamente contornar os altos preços pedidos pelos produtores locais. O milho está nas mãos das tradings, que priorizam o mercado externo, ainda que as empresas estejam dispostas a pagar o mesmo preço pedido internacionalmente. A dificuldade é fazer com que o produtor venda para as agroindústrias nacionais. O setor pede disponibilidade do produto. A preocupação com os preços mais altos é real, mas as indústrias entenderam que não há espaço para recuo das cotações neste momento.
Na região de Chapecó, o milho vem sendo negociado a R$ 103,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata. Os volumes importados da Argentina por navio chegam ao País com um preço 10% menor. As compras externas de milho pelas empresas de Santa Catarina não são uma novidade, já que há um gargalo de cerca de 3 milhões de toneladas por ano entre o que é produzido e o que é consumido. Porém, um fator adicional neste ano é o efeito da estiagem e do ciclone bomba observados há um ano, que levaram a uma redução de 700 mil toneladas na produtividade do Estado. A importação do grão no momento corresponde a cerca de 5% do total consumido para a criação de aves e suínos em Santa Catarina, mas tem potencial de aumentar de maneira significativa.
O volume importado pode ser muito maior do que é hoje. Inclusive há empresas se unindo para fazer um único pedido e fracionar no Estado. Por enquanto, a entidade não possui dados mais específicos sobre essas compras. Os números devem ser conhecidos quando os carregamentos começarem a chegar no Brasil. O Paraguai tem se mostrado um mercado forte e promissor para o milho e o farelo de soja e comprar dos Estados Unidos ainda não é uma realidade para a indústria catarinense, mas uma perspectiva. Quanto aos preços internos do cereal, enquanto o mercado de exportação estiver aquecido, o patamar não deve mudar. Por isso, é preciso ver além do preço do grão e olhar com atenção para o abastecimento. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.