22/Jul/2021
Os preços do milho continuam firmes nas principais regiões produtoras. De um lado, há o consumo aquecido pelo mercado doméstico, e de outro, o baixo ritmo de evolução da colheita. Em Mato Grosso, as usinas de etanol voltaram a ficar ativas nos negócios, o que mantém os preços do cereal firmes. Os produtores vendem apenas volumes pontuais em meio ao cumprimento de contratos fechados anteriormente e à perspectiva de quebra na 2ª safra de 2021. O produtor tende a aguardar até o fim do mês para a colheita avançar e ver o que terá disponível. Também aumentam no mercado os relatos de redirecionamento de lotes de contratos previamente fechados para exportação para o mercado interno por tradings, diante dos preços remuneradores pagos pelas indústrias de etanol e de ração pelo milho. Os consumidores domésticos pagam até R$ 16,00 por saca de 60 Kg do cereal acima dos valores cotados para o mercado externo. O mecanismo de reversão, chamado de washout, é previsto nos contratos entre as tradings e os compradores internacionais e costuma ser acionado quando o mercado exportador está menos competitivo que o interno.
Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os preços continuam sustentados com maior demanda do cereal pelas usinas de etanol. Os compradores indicam entre R$ 80,00 e R$ 81,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento imediatos. Para exportação, os compradores indicam entre R$ 76,00 e R$ 77,00 por saca de 60 Kg, para retirada e pagamento em agosto. Mas, nesse nível não rodam negócios porque, além de o mercado interno pagar mais, o produtor não quer vender abaixo de R$ 80,00 por saca de 60 Kg. Em relação à negociação antecipada da 2ª safra de 2022, as indicações de compra giram em torno de R$ 60,00 por saca de 60 Kg, para embarque e pagamento em agosto do ano que vem.
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, o ritmo de negócios é lento. Os compradores indicam entre R$ 97,00 e R$ 98,00 por saca de 60 Kg, para entrega imediata e pagamento de 15 a 20 dias. Há procura por parte de indústrias e granjas, mas elas não chegam nos preços que vendedor deseja (entre R$ 100,00 e R$ 102,00 por saca de 60 Kg). Por enquanto, os compradores preferem consumir estoques. Há temores de que a indústria diminua o ritmo de produção para viabilizar esses níveis de preço. Quanto à negociação futura da safra de verão (1ª safra 2021/2022), os compradores indicam entre R$ 82,00 e R$ 85,00 por saca de 60 Kg, para retirada em fevereiro e pagamento em março na região de Passo Fundo. O produtor local está receoso em fechar negócios, pois acredita que, com as quebras da 2ª safra de 2021 no Paraná, que teve sua produção prejudicada por déficit hídrico e geadas, pode obter valores mais altos pelo cereal mais adiante.