21/Jul/2021
A perspectiva de que os preços do milho possam subir ainda mais no mercado interno retrai os vendedores da mesa de negócios. Os produtores consideram que a quebra da safra nacional e a demanda aquecida pela indústria local devem sustentar e puxar as cotações no curto e médio prazo. Por isso, retraem os lotes tanto para comercialização no spot quanto para entrega futura. Em Mato Grosso, os produtores estão voltados à colheita do cereal e ao cumprimento de contratos fechados anteriormente. Na Região Sul, a ocorrência de novas geadas no Paraná na madrugada do dia 19 de julho e a previsão de que o fenômeno climático possa ocorrer novamente nos próximos dias preocupa os produtores. Há risco de formação de cobertura de gelo mesmo nas áreas mais ao norte do Estado em virtude da intensa massa de ar frio e seco. O declínio das temperaturas é intenso nas diversas regiões, com possibilidade de valores negativos, principalmente em áreas da metade sul do Estado. A intensidade das geadas deve ir de fraca na região norte do Paraná a moderadas a fortes nas regiões sul, sudoeste, Campos Gerais e centro-sul. Algumas dessas regiões ainda estão mensurando as perdas pelas primeiras geadas do ano, do início do mês. A baixa disponibilidade do cereal também não contribui para a evolução dos negócios.
Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, as fábricas locais indicam entre R$ 80,00 e R$ 81,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento no início de agosto. Na região de Primavera do Leste, os consumidores domésticos indicam R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento dentro do mês de julho. Os produtores estão firmes nas indicações e, assim, não há registro de novos negócios. O interesse de compra parte principalmente das indústrias de ração. Há relatos frequentes de compradores do Paraná que estão recorrendo ao milho do Estado para abastecimento, em virtude da quebra na 2ª safra de 2021. Com a demanda aquecida, os produtores retraem lotes na expectativa de aumento dos preços, na medida em que a quebra nacional da 2ª safra de 2021 vai sendo revisada. Diferentemente do Paraná, as plantações de Mato Grosso não foram afetadas por geadas. Entretanto, houve perda de produtividade em virtude da irregularidade das chuvas e estiagem no início do desenvolvimento das lavouras. Para a 2ª safra de 2022, os compradores indicam R$ 57,50 por saca de 60 Kg FOB ou CIF, para exportação com embarque em julho e pagamento em agosto do ano que vem. Os produtores estão afastados dos negócios.
No Paraná, os vendedores estão retraídos com a nova ocorrência de geada. Eles estão avaliando o impacto sobre rendimento e qualidade antes de fechar novos negócios por receio de não conseguir cumprir contratos. No Porto de Paranaguá, a indicação é de R$ 79,00 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto. Na região norte, os compradores indicam R$ 98,00 por saca de 60 Kg no spot. Na região oeste, a indicação de compra é de R$ 98,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento no fim de julho. Posto nos terminais ferroviários da região norte do Paraná, os compradores indicam R$ 73,00 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto. A negociação já vinha lenta no fim da semana passada e perdeu ainda mais força após a nova ocorrência de geadas no Paraná. Os compradores aguardam novos washouts de contratos de exportação por parte de tradings, que desovariam esse milho no mercado interno, e já voltaram a importar da Argentina. Para a 2ª safra de 2022, a indicação de compra é de R$ 73,00 por saca de 60 Kg, para entrega em julho do ano que vem no Porto de Paranaguá. Na região norte, a indicação de compradores é de R$ 72,00 por saca de 60 Kg, para retirada em julho ou agosto.