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21/Jul/2021

Importações devem crescer mesmo com washouts

De 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas em contratos que seriam destinados à exportação já foram convertidos para o mercado interno. Eventualmente, o número pode ser ainda maior. Depende de como 2ª safra de 2021 vai se consolidar, do nível de quebra. O motivo é a diferença entre o valor pago no exterior pelo milho e o indicado internamente pelo cereal. Os consumidores domésticos vêm pagando prêmio para atrair ofertas em um cenário de quebra da 2ª safra de 2021, em primeiro lugar pelos efeitos da falta de chuva durante o desenvolvimento e pela ocorrência de geadas. Contudo, os washouts até o momento não configuram volume expressivo. Apesar das perdas expressivas, o mercado começou a contabilizá-las um a dois meses atrás, e aí os produtores começaram a se retrair e segurar um pouco da safra na expectativa dessa quebra. O total já negociado pelos produtores chega a 78% no Centro-Sul.

No caso do milho, o grande influenciador do mercado é o consumo interno, por isso o volume a ser destinado ao exterior deve diminuir com uma produção menor no País. Quando se tem quebra de safra, há uma redução da exportação. O produtor, ao invés de vender para exportação, acaba destinando esse milho ao consumo interno, porque o mercado doméstico está remunerando melhor do que as exportações. A oferta de volumes previstos para exportação no mercado doméstico reflete o prêmio que consumidores do País pagam para tentar assegurar volumes do cereal. Há rumores de algumas tradings em Mato Grosso terem virado volumes que seriam para exportação para o mercado interno. Essa operação depende de uma negociação de cada trading com os compradores externos.

Esse processo de virar volume de exportação para o mercado interno não é uma operação muito fácil, depende de cada contrato, de como vai ser feita essa negociação com o comprador internacional. Há prejuízos na 2ª safra de 2021 causados por adversidades climáticas principalmente no Paraná e em Mato Grosso do Sul, mas também em áreas de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Minas Gerais. Novos ajustes para baixo nas previsões de produção podem ser feitos após a ocorrência de novas geadas no País. Mesmo com os washouts, os consumidores locais precisarão trazer milho de fora para se abastecer. Será preciso suprir a demanda do mercado interno. Entre novembro e a entrada da safra 2021/2022, o Brasil terá compras do exterior do cereal maiores do que o normal para o período. Essas importações virão para complementar o estoque da safra.

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu a previsão de exportação de milho de Mato Grosso na safra 2020/2021 de 20,96 milhões de toneladas para 17,18 milhões de toneladas. O menor volume esperado na produção do Estado, aliado ao maior consumo interno na comparação com a temporada anterior e aos preços internos mais altos do que para exportação, a expectativa é de que os embarques do cereal apresentem retração significativa na atual temporada. Com as projeções de esmagamento firme por parte das usinas de biocombustíveis, a produção do etanol deve continuar ditando o ritmo do consumo de milho em Mato Grosso, dado que o setor de proteína animal segue sendo afetado pelo aumento nos preços dos insumos (dentre eles o milho). A Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) prevê exportações de 3,035 milhões de toneladas de milho em julho. No primeiro semestre do ano, os embarques de cereal brasileiro somaram 3,648 milhões de toneladas, 12,6% acima do reportado em igual período do ano passado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.