16/Jul/2021

Os preços do milho se mantêm estáveis, porém sustentados, nas principais produtoras do País. Entretanto, as cotações não atraem os produtores, que seguram o cereal na expectativa de alta dos valores, em virtude da quebra na 2ª safra de 2021. Em Mato Grosso do Sul, as perdas nas lavouras também afastam os produtores dos negócios pela insegurança quanto ao volume e qualidade do grão que será colhido. No Rio Grande do Sul, os compradores buscam alternativas para o cereal, como trigo e triguilho, na tentativa de driblar os preços firmes. No Paraná, os produtores estão apreensivos quanto à possibilidade de que o fenômeno climático se repita na próxima semana, quando há expectativa de frio intenso. Caso ocorram mais geadas, ainda há possibilidade de novas perdas.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, indústria de ração indica R$ 87,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada ao longo do mês e pagamento no início de agosto, mas esse valor não atrai o vendedor. Há baixo volume disponível do cereal no Estado, remanescente da safra passada, já que a colheita tende a ganhar ritmo no fim do mês. A retração vendedora deve-se também às perdas decorrentes das geadas que afetaram as lavouras do Estado. Quanto à negociação antecipada da 2ª safra de 2022, os consumidores domésticos indicam entre R$ 40,00 e R$ 42,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho do ano que vem e pagamento em agosto. Mas a comercialização futura está completamente parada.

No Rio Grande do Sul, na região de Vacaria, os compradores indicam R$ 90,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, sem interesse de venda. O vendedor está segurando o máximo para ver se os problemas na 2ª safra de 2021 no Paraná e em Mato Grosso vão valorizar mais o milho. Os compradores, por outro lado, se esforçam para buscar alternativas para driblar a alta das cotações, como trigo e triguilho. A demanda neste momento é principalmente de granjas. Quanto à negociação futura da safra de verão (1ª safra 2021/2022), os compradores indicam R$ 80,00 por saca de 60 Kg, para retirada em maio do ano que vem e pagamento no fim de maio de 2022. No Porto de Rio Grande, a indicação é de R$ 74,00 por saca de 60 Kg, para entrega em fevereiro do ano que vem e pagamento no fim de maio de 2022. Os preços não atraem os vendedores, que aguardam para ver qual será de fato o prejuízo à 2ª safra de 2021 após seca e geadas antes de negociar a produção futura.