12/Jul/2021
A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com as quebras expressivas na 2ª safra de 2021, o que deverá reduzir a oferta ao longo do segundo semestre deste ano, além da alta do dólar. Os futuros de milho fecharam em queda na sexta-feira (09/07) na Bolsa de Chicago. O mercado foi pressionado por ajustes de posição antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta segunda-feira (12/07). O vencimento dezembro do grão caiu 6,75 cents (1,3%) e fechou a US$ 5,17 por bushel. Na semana passada, o contrato acumulou perda de 11%. O dólar fechou em queda na sexta-feira (09/07), em dia de baixa liquidez no mercado por causa do feriado no estado de São Paulo. A moeda norte-americana recuou 0,37%, vendida a R$ 5,2341. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 3,57%. No ano, tem avanço de 0,90%.
O movimento de alta nos preços do milho ganhou força na maior parte das regiões. Os vendedores têm limitado a oferta de novos lotes no spot, diante das incertezas quanto à produtividade das lavouras e dados oficiais divulgados na semana passada evidenciam as perdas causadas pelo clima adverso nesta safra 2020/2021. Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas/SP) já soma 10 dias consecutivos de avanço e se aproxima dos R$ 96,00 por saca de 60 Kg. A cotação é de R$ 96,21 por saca de 60 Kg, reação de 5,1% nos últimos sete dias. Na média das regiões, os aumentos nos últimos sete dias são de 5,7% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 6,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os valores também estão avançando, refletindo as preocupações com a reduzida oferta nacional e mundial para os próximos meses.
O contrato Julho/2021 registra valorização de 4,6% nos últimos sete dias, a R$ 95,25 por saca de 60 Kg; o Setembro/2021 tem alta de 4,1%, atingindo R$ 97,28 por saca de 60 Kg. Segundo projeções da nossa Consultoria, a 2ª safra de 2021 está estimada agora em 60,3 milhões de toneladas, quebra de 27% em relação à estimativa inicial que era de uma colheita de mais de 82 milhões de toneladas. Com isso, a produção total de milho nas 3 safras de 2021 está estimada em 87,2 milhões de toneladas, 15% abaixo da temporada passada. A forte redução na produtividade da 2ª safra de 2021 reflete a crise hídrica na maior parte das regiões produtoras e as recentes geadas no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Considerando-se os estoques iniciais e a produção, a disponibilidade da safra 2020/2021 passa a ser estimada em 100,9 milhões de toneladas.
O consumo passou a ser estimado em 71,3 milhões de toneladas. As estimativas de exportações foram reduzidas pela nossa Consultoria para 21,0 milhões de toneladas, e as importações elevadas para 3,0 milhões de toneladas. Com isso, ao final da temporada, os estoques passam a ser estimados em 8,6 milhões de toneladas (o menor volume desde a safra 2015/2016), 19% abaixo da safra passada. Esse ambiente de demanda firme, de incertezas quanto ao potencial produtivo das lavouras e de estoques menores mantém a perspectiva de preços elevados ao longo de 2021. No campo, a colheita avança mais rapidamente na Região Centro-Oeste, favorecida pelo clima seco. Em Mato Grosso, 22,5% da área estimada havia sido colhida até o dia 2 de julho, atraso de 23% em relação à safra anterior.
No Paraná, a perda na produtividade das lavouras causadas pelas geadas ainda é incerta. Até o dia 5 de julho, a colheita havia alcançado 3% da área total estimada. Estima-se que, das lavouras ainda para colher, 42% estejam em condições ruins, 46%, em medianas e 12%, em boas. Nos EUA, em relatório semanal, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 64% da safra de milho apresenta condições entre boas e excelentes, percentual que era de 71% no mesmo período da temporada passada. Nos Estados Unidos, a perspectiva de melhores condições das lavouras pressiona os valores com força. O vencimento Julho/2021 negociado na Bolsa de Chicago registra recuo de 11,4% nos últimos sete dias, indo para US$ 6,38 por bushel. O contrato Setembro/2021 apresenta desvalorização de 10,8%, a US$ 5,36 por bushel. O vencimento Dezembro/2021 também acumula forte queda, de 11%, a US$ 5,23 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.