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05/Jul/2021

Tendência é de alta com quebras na 2ª safra 2021

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com as expressivas quebras na 2ª safra de 2021, afetada pela estiagem e, recentemente, por geadas. O dólar sustentado ao redor dos R$ 5,00 e a alta das cotações futuras em Chicago também são fatores que levam a retomada do viés altista para os preços do milho no segundo semestre deste ano. O dólar subiu pelo quarto pregão seguido na sexta-feira (02/07), com alta de 0,15%, para R$ 5,0523, maior nível desde 18 de junho. Nas quatro altas consecutivas, a cotação acumulou ganho de 2,5%. A estimativa da nossa Consultoria é de uma produção de 61,9 milhões de toneladas na 2ª safra, quebra de 25% ante a estimativa inicial de 82,6 milhões de toneladas. Com isso, a produção total das 3 safras de 2021 está estimada agora em 88,4 milhões de toneladas, ante a projeção inicial de 109,0 milhões de toneladas. As exportações deverão atingir 21,0 milhões de toneladas, ante a projeção inicial de 35,0 milhões de toneladas em 2021.

Com importações estimadas em 2,5 milhões de toneladas, os estoques finais estão projetados em apenas 8,4 milhões de toneladas, 21% abaixo do ano anterior. Mesmo diante do avanço da colheita da 2ª safra de 2021 no Brasil, as cotações do milho estão avançando na maior parte das regiões. Essa reação ocorre após geadas terem sido observadas em algumas localidades nas últimas semanas, que deixaram produtores em alerta e afastados do mercado spot. Diante disso, parte dos compradores com forte necessidade se mostra mais flexível, e acaba pagando os valores maiores indicados por vendedores. No entanto, as negociações são pontuais e envolvem pequenos volumes, suficientes para atender à demanda de curto e médio prazos. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra avanço de 5,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 92,10 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, alta é de 5,2% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 3,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Apesar dessa recente elevação dos preços, foram fortes as quedas acumuladas em junho. Os preços no mercado de balcão caíram 8,1% e, no mercado de lotes, 11,0%.

Quanto ao Indicador, o recuo no acumulado de junho foi de 10,5%. Para exportação, o ritmo de negócios segue estável, tendo em vista que muitos produtores ainda preferem negociar o cereal no mercado brasileiro. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques do cereal em junho somaram 92,1 mil toneladas, 70% a menos que há um ano, mas bem acima das 13,9 mil toneladas escoadas em maio. Apesar dessa reação, ainda não é possível afirmar que as exportações ganharam ritmo, uma vez que as cotações devem passar por ajustes com o andamento da colheita. Entre janeiro e junho, o Brasil exportou 3,9 milhões de toneladas, 20% acima das 3,26 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado. No entanto, o maior volume de exportações de milho se concentra no segundo semestre, que deverá ter preços nos portos abaixo dos praticados no interior de estados que são grandes consumidores do grão.

Na B3, os valores também estão avançando, refletindo as preocupações com as ofertas brasileira e mundial. O contrato Julho/2021 apresenta valorização de 11,3% nos últimos sete dias, a R$ 92,07 por saca de 60 Kg, e o Setembro/2021, 13,6%, a R$ 94,60 por saca de 60 Kg. Quanto aos preços externos, seguem altos, o que eleva a paridade de exportação. Esse cenário, por sua vez, tende a atrair vendedores brasileiros a negociar o milho para exportação. Nos Estados Unidos, além da apreensão climática, novas estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgadas no dia 30 de junho, indicaram aumento de 1,8% na área de milho em 2021/2022, o que representa 37,52 milhões de hectares, mas ainda abaixo do esperado pelo mercado, de 37,97 milhões de hectares. O estoque norte-americano, no entanto, ainda é estimado em 104,4 milhões de toneladas, 18% inferior ao do mesmo período de 2020. Nesse contexto, o vencimento Julho/2021 negociado na Bolsa de Chicago registra expressiva alta de 10,2% nos últimos sete dias, indo para US$ 6,97 por bushel. O contrato Setembro/2021 acumula valorização de 9,6% no mesmo comparativo, a US$ 5,92 por bushel. O vencimento Dezembro/2021 também apresenta forte avanço, de 9,9%, a US$ 5,79 por bushel.

Nos Estados Unidos, em relatório semanal, o USDA informou que 64% da safra de milho apresenta condições entre boas e excelentes, percentual que era de 65% na semana anterior. No Brasil, a colheita segue firme, com produtores entrando nas áreas prejudicadas pela seca e por geadas. Em Mato Grosso, 9,7% da área estimada havia sido colhida até o dia 25 de junho. De modo geral, os produtores do Estado destinam o milho ao cumprimento de contratos, e os receios quanto à magnitude da quebra afastam esses agentes do spot. No Paraná, a preocupação no momento é o impacto negativo causado por geadas. Até o dia 28 de junho, a colheita havia alcançado 2% da área total estimada. No entanto, as estimativas de lavouras em condições ruins aumentaram em junho. Estima-se que, das lavouras ainda para colher, 33% estejam em condição ruim, 41%, em medianas e 26% em situação boa. Na Argentina, até 1º de julho, a colheita de milho avançou 4% em comparação com a semana anterior, atingindo 51,6% da área cultivada. Apesar do bom avanço dos trabalhos de campo, também há relatos de geadas nas lavouras do país. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.