14/Mai/2021

Os contratos futuros de milho fecharam em forte baixa nesta quinta-feira (13/05) na Bolsa de Chicago, em um movimento de correção técnica após a divulgação, na quarta-feira (12/05), dos dados do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O departamento estimou os estoques finais do cereal do país na safra 2021/2022 em 38,28 milhões de toneladas, acima das expectativas. O vencimento julho, o mais líquido, perdeu 40 cents (5,6%) e fechou a US$ 6,74 por bushel. Os mercados ficaram decepcionados com os números do USDA, com a previsão de estoques finais de milho e de área plantada dos Estados Unidos da nova safra (2021/2022) em níveis próximos ao relatório de intenção de plantio de março. Foram as primeiras estimativas do USDA para a safra 2021/2022, que está sendo semeada no país. Para a produção norte-americana do cereal no ciclo 2021/2022, o governo projetou 380,76 milhões de toneladas.

O USDA também estimou área plantada de 36,87 milhões de hectares, a mesma do relatório de intenção de plantio divulgado no fim de março. Traders, contudo, acreditavam que pudesse haver incremento na área plantada com cereal no país em virtude dos preços elevados da commodity. Os futuros do milho também foram pressionados por dados apontando que a inflação segue em alta nos Estados Unidos. O índice de preços ao produtor (PPI) do país subiu 6,2% em abril ante igual mês de 2020, nível recorde desde que o Bureau of Labor Statistics (BLS) iniciou a série histórica, em 2010. A duração do movimento de correção observado nesta quinta-feira (13/05) dependerá do clima em regiões produtoras nos Estados Unidos, onde 67% da área estimada já foi plantada, e na América do Sul, com a 2ª safra de 2021 do Brasil registrando perdas em razão do clima seco. As condições climáticas nos próximos meses ainda serão o elemento determinante para a produtividade da safra dos Estados Unidos deste ano.

No Meio Oeste dos Estados Unidos, foram observadas geadas nos últimos dias, mas as temperaturas devem ficar mais quentes na próxima semana, de acordo com a meteorologia. A demanda externa pelo grão dos Estados Unidos acentuou as perdas. O USDA informou que as vendas norte-americanas de milho somaram 2,196 milhões toneladas para as duas safras. Porém, o resultado da temporada 2020/2021 foi o menor do ano comercial, com cancelamentos superando as vendas da semana. Nem mesmo o reporte de venda avulsa de 680 mil toneladas do cereal norte-americano para a China animou o mercado. Segundo o USDA, o carregamento tem entrega prevista para o ano comercial 2021/2022. Foi o quinto dia consecutivo em que exportadores relataram vendas separadas do grão para o mercado externo. Nos últimos quatro dias, a China foi responsável pela compra de quase 3 milhões de toneladas do cereal.