11/Mai/2021
Os preços do milho subiram 50% desde o início do ano e o valor das terras nos Estados Unidos mais do que dobraram em comparação com um ano atrás. O cereal teve uma das maiores altas na ampla recuperação das matérias-primas, que estão impulsionando as empresas a aumentarem os preços dos produtos e a preocupação entre os investidores, que temem que a inflação possa prejudicar a recuperação econômica pós-pandemia. Com o milho subindo a um nível recorde, os norte-americanos devem pagar mais caro por itens no supermercado e na bomba de gasolina. O milho é um ingrediente fundamental na fabricação de produtos que vão desde tortilla chips e asas de frango até bourbon e Coca-Cola e cerca de 40% da safra dos Estados Unidos é misturada como combustível para motor.
Os preços do milho estão puxando os preços de fertilizantes e equipamentos agrícolas, acompanhando as empresas de produtos de consumo e alimentos. Os agricultores dos Estados Unidos, que estão semeando campos para uma grande colheita de outono, também estão se beneficiando com o cenário. A demanda da China contribui para puxar as cotações. O gigante asiático tem demandado de forma expressiva a compra de milho para engordar milhões de suínos, cujo plantel foi dizimado pelo surto de peste suína africana (PSA), antes da pandemia. A China deve importar este ano cerca de quatro vezes o que normalmente compra do exterior, a maior parte de produtores norte-americanos. Em direção contrária, as regiões produtoras de milho da América do Sul estão secas.
O Brasil espera uma pequena 2ª safra em 2021, que reduzirá suas exportações. Na Argentina, uma dificuldade tem sido o Rio Paraná, que é muito raso para que barcos totalmente carregados passem do interior do país para as rotas marítimas do Atlântico. No mercado financeiro dos Estados Unidos, as novas regras de negociação permitem que os especuladores façam apostas maiores do que nunca em commodities agrícolas, enquanto a Bolsa de Chicago ampliou este mês em 60% o limite para as oscilações diárias dos preços do milho. Os investidores injetaram dinheiro em commodities, um movimento popular que visa compensar o risco de inflação em outras partes de suas carteiras.
As apostas de que os preços do milho vão subir (por fundos de hedge e outros especuladores) superam as apostas em uma queda de 17 para 1, de acordo com dados da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), com posicionamento de traders. Os preços do milho no curto prazo são incomuns e indicam uma escassez de oferta no mercado. Tradings de grãos em Iowa, Oklahoma e outros lugares estão oferecendo prêmios em relação aos preços futuros. O mercado está basicamente dizendo aos fazendeiros, tradings e qualquer pessoa que armazene grãos para vender. Os agricultores dos Estados Unidos estão segurando muito milho na expectativa de preços ainda mais altos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.