10/Mai/2021
Segundo o Itaú BBA, os preços do milho devem continuar subindo no curto prazo tanto no mercado internacional como no Brasil, sustentados, em parte, pelo clima desfavorável ao desenvolvimento das lavouras de milho 2ª safra de 2021 do País. Nos Estados Unidos, os futuros do cereal negociados na Bolsa de Chicago encontrarão sustentação no balanço apertado entre oferta e demanda do país, tanto na safra atual como na próxima. Em abril, as cotações na Bolsa de Chicago do primeiro vencimento ultrapassaram os US$ 7,00 por bushel, iniciando maio a US 7,45 por bushel, alta de 33% no período. O contrato setembro/2021, referência para parte da 2ª safra de 2021 no Brasil, aumentou 22% no mesmo intervalo, com o cereal cotado a US$ 6,11 por bushel.
Além das preocupações com a 2ª safra brasileira de milho e revisões para baixo nas projeções de produção, quadro que pode levar a uma maior demanda pelo milho norte-americano, os futuros têm sido sustentados pela forte demanda interna (etanol e indústria de ração) e externa pelo milho produzido nos Estados Unidos. Dados da Agência Americana de Energia (EIA) indicam que a produção de etanol continuou ganhando força nos Estados Unidos em relação ao mês anterior. Há informações de que três navios com milho da Argentina foram contratados pelos Estados Unidos. Há possibilidade de correções de preços na Bolsa de Chicago.
Se a área plantada com milho aumentar mais do que 3% em comparação com a safra anterior, a relação estoque/uso projetada para o fim da safra 2021/2022 pode voltar a ficar acima de 10%, considerando o cenário de demanda apresentado no Fórum Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso não está descartado diante dos elevados estímulos de preços para um avanço de área plantada maior que o indicado pelo relatório de intenções de plantio. Em contrapartida, eventos que prejudiquem a instalação e o desenvolvimento da lavoura norte-americana poderão ser o "gatilho" para novas altas na Bolsa de Chicago, assim como uma piora maior das condições da 2ª safra de 2021 no Brasil e dificuldades do escoamento da produção da Argentina.
O clima seco tem comprometido a navegabilidade do Rio Paraná. Neste cenário e com a perspectiva de mais um ano com baixos estoques de passagem no Brasil, os preços locais do milho tendem a seguir firmes. A isenção de tarifas para importação de grãos, milho inclusive, de fora do Mercosul, não será suficiente para pressionar as cotações no Brasil. O Indicador Esalq/B3 já iniciou maio cotado a R$ 100,00 por saca de 60 Kg, alta de 6% frente ao início de abril, e que as cotações do contrato com vencimento setembro na B3 apontam que o milho deve ser negociado na região de Campinas (SP) a R$ 103,00 por saca de 60 Kg, alta de 18% ante o início de abril. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.