07/Mai/2021
Na quarta-feira (05/05), as cotações do milho voltaram a subir na Bolsa de Chicago e fecharam acima de US$ 7,00 por bushel, o que não ocorria há mais de oito anos. Os futuros para julho, os mais negociados no momento, subiram 1,69% para US$ 7,08 por bushel, cotação próxima dos US$ 7,16 por bushel do dia 27 de março de 2013. O “mercado de clima” continua alimentando a escalada de preços. A falta de chuvas na 2ª safra de 2021 no Brasil e nas lavouras dos Estados Unidos segue como ponto de atenção e realimentam a leitura dos investidores sobre o aperto na oferta global do grão. As estimativas para a 2ª safra de 2021 de milho no Brasil têm sofrido cortes. Esse patamar de preços (de US$ 7,00 por bushel) ainda deve apresentar bastante volatilidade no curto prazo.
O clima ainda vai permanecer no centro das atenções, e qualquer novidade pode impactar os preços. Outro fator de sustentação dos preços foi o novo dado sobre produção de etanol nos Estados Unidos. Conforme a Administração de Informação de Energia do país (EIA), na semana encerrada em 30 de abril, a produção foi de 952 mil barris por dia, aumento de 0,74% (ou 7 mil barris) em relação à média diária da semana anterior. O milho é a principal matéria-prima para a fabricação do combustível nos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores norte-americanos notificaram a venda de 324,1 mil toneladas de milho. Do total, 184,1 mil toneladas foram vendidas ao México com entrega prevista para o ano comercial 2021/2022. O restante, 147,32 mil toneladas, foi vendido a destinos desconhecidos, que o mercado tende a entender como a China.
A soja também avançou na Bolsa de Chicago, com os lotes futuros para julho, os de maior liquidez no momento, subindo 0,26%, a US$ 15,42 por bushel. Trata-se do maior valor desde 1º de novembro de 2012. O avanço na sessão do dia 5 de maio refletiu a forte demanda por soja entre as processadoras norte-americanas, que estão pagando bons prêmios pela oleaginosa. Outro elemento no radar no mercado é o plantio da safra dos Estados Unidos e seus desdobramentos sobre a oferta global. Preços altos ainda podem ser esperados, especialmente porque os estoques de soja e milho dificilmente aumentarão nos Estados Unidos. Embora o plantio esteja em andamento, a distribuição da área plantada no país ainda não é clara, o que resulta em altos níveis de incerteza.
O trigo também fechou em alta na Bolsa de Chicago no dia 5 de maio. Os contratos futuros para julho, os mais negociados no momento, subiram 2,44%, para US$ 7,44 por bushel. A despeito da nova alta, o quadro de oferta e demanda não dá muito fôlego para uma sustentação dos preços do cereal. Contudo, com as seguidas altas do milho, o trigo (que pode ser substituto na produção de ração animal) segue se valorizando. Os preços devem cair moderadamente quando a nova safra estiver disponível, especialmente porque a demanda por trigo para ração provavelmente será robusta, de modo que os estoques nos principais países produtores provavelmente ficarão estagnados. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.