06/Mai/2021
Apesar da seca, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) não vê motivos ainda para reduzir sua expectativa de exportação de milho do Brasil em 2021, que segue em 32 milhões de toneladas, abaixo das 33,6 milhões do ano passado, uma queda anual mais em função de um atraso na safra. As estimativas desde o início da temporada já indicavam embarques menores na comparação com 2020, uma vez que o atraso do ciclo da soja e consequentemente do milho resulta em menor "janela" de tempo para exportação. Pelo cenário atual da safra ainda dá para manter os números de exportação, mas de qualquer forma mais baixos que 2020. Analistas privados têm realizado cortes expressivos, de cerca de 5 milhões de toneladas na 2ª safra de milho de 2021 do Brasil, citando problemas da estiagem prolongada.
Alguns já veem exportações menores do que o esperado anteriormente. Se tiver uma quebra muito grande, a ponto de reduzir significativamente a quantidade total, aí vou concordar com o pessoal, haverá problemas sim para exportar. A exportação brasileira poderia cair até 30 milhões de toneladas, mas considerando ainda a questão do atraso da safra, e não a seca. Por enquanto, é muito cedo para falar em uma quebra de tal monta que influenciaria as exportações, vai ter influência mais pela janela do que pela quebra de safra. A perda deve influenciar mais imediatamente o mercado interno, em referência a algumas áreas produtoras de aves e suínos que produzem pouco milho e têm que trazer de outros Estados ou países. No caso do milho para exportação, ressalta-se o fato de a safra de Mato Grosso estar em melhores condições do que em outros Estados garante certa estabilidade nas projeções de vendas externas por enquanto.
Mato Grosso tem melhor logística para exportação, como ferrovia até o Porto de Santos (SP), além do corredor que leva até hidrovia no Pará, o que viabiliza a saída pela Região Norte a valores logísticos também competitivos. No caso do milho, 50% do escoamento do milho sai pelo Porto de Santos (SP), pois os volumes vêm de Mato Grosso por via férrea. No ano passado, as exportações do cereal pelo Porto de Santos (SP) representaram 14,5 milhões de toneladas. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safra de milho 2020/2021 de Mato Grosso deverá atingir 34,6 milhões de toneladas. Houve leve redução na estimativa em relação ao mês anterior. O câmbio ainda garante competitividade do milho brasileiro, apesar de disparada dos preços no mercado interno. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.