06/Mai/2021
Os contratos futuros de milho fecharam em alta nesta quarta-feira (05/05) na Bolsa de Chicago, sustentados pelas incertezas relacionadas à segunda safra no Brasil, que foi plantada com atraso e, em parte, fora da janela ideal. Foi a quinta sessão consecutiva de ganhos das cotações do cereal. O clima seco em regiões produtoras do grão no País e a possível quebra da 2ª safra de 2021 podem acentuar o cenário de oferta restrita do grão. O vencimento julho, o mais líquido atualmente, ganhou 11,75 cents (1,69%) e fechou a R$ 7,08 por bushel. Alta de preços ainda pode ser esperada, especialmente porque os estoques de soja e milho dificilmente aumentarão nos Estados Unidos. Embora o plantio esteja em andamento, a distribuição da área plantada no país não é clara, o que resulta em altos níveis de incerteza.
Deve haver aumento na área plantada com grãos nos Estados Unidos em 2021/22 acima das previsões oficiais, em especial com soja e milho. O cancelamento pela China da compra de 140 mil toneladas de milho dos Estados Unidos, que havia sido confirmada para entrega na safra 2020/2021, reportado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), não impediu que o contrato com vencimento julho ultrapassasse a marca de US$ 7,00 por bushel nesta quarta-feira (05/05), o maior valor desde 2013. A China cancelou as vendas de milho da safra anterior e isso mal consegue manter o vencimento julho no negativo. O fato é um sinal do movimento altista que predomina no mercado. O USDA relatou vendas de 324,2 mil toneladas de milho dos Estados Unidos. Do total, 184,1 mil toneladas são destinadas ao México e as outras 147,32 mil, a destinos não revelados.
O fortalecimento do petróleo também contribuiu para os ganhos, ao melhorar a competitividade relativa do etanol no mercado norte-americano. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. Dados mostraram que os estoques de etanol nos Estados Unidos subiram na semana encerrada em 30 de abril, interrompendo uma sequência de dez quedas. O volume chegou a 20,4 milhões de barris, alta de 0,7% ante a semana anterior. A produção média foi de 952 mil barris por dia na semana, alta de 0,74% na comparação com a semana anterior. Traders acreditam que as exportações de grãos dos Estados Unidos ficaram relativamente estáveis na semana encerrada em 29 de abril. O USDA divulgará nesta quinta-feira (06/05) seu relatório semanal de exportação de grãos do país, com dados referentes ao período.