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03/Mai/2021

Tendência é de alta dos preços do milho no Brasil

A tendência é de preços firmes do milho, com viés altista no mercado brasileiro, diante da oferta escassa no país, custos de importação (sem imposto) acima dos praticados internamente e cotações futuras sustentadas em níveis elevados em Chicago – rompendo o patamar de US$ 7 por bushel. A contenção dos preços vem do recuo recente do câmbio. Há reveses ao câmbio vindos do lado fiscal e esse elemento limitou a queda do dólar abaixo de R$ 5,30 nos últimos meses. Mas o cenário aponta para um dólar em queda, com a perspectiva de um ambiente fiscal menos turbulento, resolvido o impasse do Orçamento, e com a visão de que a pandemia já atingiu o pico no país. Um sólido superávit comercial, com o boom das commodities, e o ciclo de alta da Selic também ajudam a moeda brasileira, enquanto as dificuldades de vacinação e as condições financeiras globais são riscos.

O dólar saiu do patamar de R$ 5,80 em março e se aproximou dos R$ 5,30, mas fechou a última semana cotado a R$ 5,43. Atentos aos baixos estoques da safra 2019/2020 e preocupados com o desenvolvimento das lavouras 2020/2021, os produtores limitam a oferta de milho no spot. Do lado da demanda, parte dos consumidores precisa recompor os estoques no curto prazo. Diante disso, os valores do cereal continuam em alta e, renovando, portanto, os recordes reais em muitas regiões. No geral, a intensidade do avanço no preço é distinta entre as regiões, refletindo as atuais condições de oferta e de demanda. No Paraná, os produtores estão afastados do mercado, preocupados com a baixa umidade, ao passo que a demanda para o curto prazo está aquecida, o que tem feito com que o milho seja negociado acima de R$ 105,00 por saca de 60 Kg. Em regiões compradoras como São Paulo e Santa Catarina, os preços seguem firmes.

Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 3,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No acumulado de abril, as altas foram de 12,9% e 11,1%, respectivamente. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP), apresenta avanço de 1,8% nos últimos sete dias, a R$ 99,76 por saca de 60 Kg. No acumulado de abril, o aumento foi de fortes 6,5%. No mercado futuro da B3, os contratos apresentam comportamentos distintos nos últimos sete dias. O vencimento Maio/2021 registra recuo de 2,7% no período, para R$ 101,52 por saca de 60 Kg. Já os contratos Julho/2021 e Setembro/2021 acumulam altas de 0,9% e 2,8%, respectivamente, para R$ 102,76 por saca de 60 Kg e a R$ 99,91 por saca de 60 Kg. Em Mato Grosso, 72% da 2ª safra de 2021 já foi negociada.

No Paraná, 16% da produção da 2ª safra de 2021 foi negociada, 8% acima do verificado no mesmo período da temporada passada. No Porto de Paranaguá (PR), os valores praticados em abril tiveram média de R$ 91,00 por saca de 60 Kg. Quanto aos contratos para o segundo semestre (entre agosto e setembro), as negociações estiveram entre R$ 77,00 e R$ 81,00 por saca de 60 Kg. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o dia 23 de abril, os embarques somaram 130,1 mil toneladas, contra 6,7 mil toneladas no mesmo mês de 2020. Para a 2ª safra de 2021, o clima nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil tem deixado agentes apreensivos. Até o dia 26 de abril, a semeadura havia sido praticamente finalizada no Paraná, mas a qualidade das lavouras apresentou piora. Enquanto na semana anterior 62% das lavouras apresentavam boas condições, na semana passada apenas 40% estavam em boas condições.

Em São Paulo e Minas Gerais, a semeadura já foi finalizada. Na Região Centro-Oeste, a falta de chuvas e a semeadura fora da janela também têm mantido produtores apreensivos. Em Mato Grosso, os trabalhos de campo se encerraram no início de abril. Para Mato Grosso do Sul, com três semanas de atraso, a semeadura foi finalizada, e a expectativa é de produção de 9 milhões de toneladas. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados (USDA) indicam que apenas 17% da área norte-americana havia sido semeada até o dia 25 de abril, avanço semanal de 9%, mas 7% abaixo da temporada anterior e 3% inferior à média dos últimos cinco anos. Esse atraso é reflexo das baixas temperaturas. Na Bolsa de Chicago, o primeiro contrato (Maio/2021) registra alta de 7,9% nos últimos sete dias, para US$ 7,02 por bushel. O vencimento Julho/2021 apresenta avanço de 2,6% no mesmo comparativo, cotado a US$ 6,48 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.