27/Abr/2021
O aperto na oferta de milho é um fator central na alta dos custos da indústria brasileira de aves e suínos. Até maio, a intensidade desse aperto estará diretamente ligada ao clima. Nesse período, as lavouras de milho 2ª safra de 2021 precisarão de mais chuva para que a quebra não seja maior do que o já previsto. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a 2ª safra de 2021 teve produção de 75 milhões de toneladas. Na semana passada, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) passou a estimar em 34,99 milhões de toneladas a produção de milho em Mato Gross, concentrada na 2ª safra de 2021. A projeção anterior era de 36,2 milhões de toneladas. Caso a nova previsão se confirme, a produção será 1,3% menor que a da temporada anterior, mesmo com um aumento de 4,9% na área de plantio.
Neste ano, 45% da área foi semeada fora da janela ideal no Estado. A produtividade esperada para as lavouras de milho de Mato Grosso caiu de 106 sacas de 60 Kg por hectares para 102 sacas de 60 Kg por hectare. Na safra passada, a produtividade foi de 109,02 sacas de 60 Kg por hectare. Segundo as projeções atuais, esta será a segunda maior 2ª safra da história no Estado, atrás apenas de 2019/2020. Ainda que expressivo, o volume deve apenas empatar com a demanda total pelo milho produzido no Estado, que o Imea calcula em 34,98 milhões de toneladas. O estoque final deve ser de 100 mil toneladas. A balança de oferta e demanda apertada em Mato Grosso explica a preocupação adicional com o clima. Nos próximos 20 dias, as chuvas serão importantes, especialmente para as lavouras semeadas em março. Segundo a Rural Clima, em maio deve voltar a chover nas áreas de 2ª safra, ainda que não de forma generalizada.
Para Mato Grosso, Goiás e o Cerrado Mineiro (MG), há previsão de chuvas, mas irregulares. A situação em Mato Grosso não é a ideal, mas é melhor que a de regiões produtoras de Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, para as quais não há previsão de chuva para os próximos dias. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), houve algumas chuvas esparsas no Paraná, mas, há 20 dias, não ocorre nenhuma chuva volumosa. O plantio ainda não ocorreu em 1% da área, estimada em 2,38 milhões de hectares, mas é possível que os trabalhos não prossigam, já que a semeadura ocorreria muito além da janela ideal, encerrada no fim de março. O Paraná deverá produzir 13,4 milhões de toneladas, 12% a mais do que no ano passado. As próximas projeções já devem trazer o reflexo da falta de chuvas. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.