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26/Abr/2021

Tendência altista com clima adverso no Brasil e EUA

A tendência é de alta para os preços do milho no mercado brasileiro, com as cotações futuras sustentadas acima do patamar de US$ 6,50 por bushel na Bolsa de Chicago, com o clima adverso a nova safra 2021/2022 nos Estados Unidos e os riscos climáticos para a 2ª safra de 2021 no Brasil, elevando as paridades de exportação e de importação nos portos brasileiros. O movimento de alta nos preços do milho segue firme tanto no Brasil quanto no mercado internacional. No cenário doméstico, a oferta restrita e a demanda aquecida vêm elevando as cotações desde meados de fevereiro. Mais recentemente, o atraso na semeadura e a irregularidade das chuvas aumentaram as incertezas quanto à produtividade das lavouras da 2ª safra de 2021, o que vem reforçando a elevação nos preços, que operam em patamares recordes reais em muitas regiões brasileiras.

No contexto internacional, os agentes estão preocupados com o clima frio, que pode prejudicar a produção da nova safra dos Estados Unidos. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 2,8% no mercado de balcão (preço ao produtor) e 2,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mesmo período, o Indicador ESALQ/BM&F registra avanço de 0,3%, cotado a R$ 98,10 por saca de 60 Kg, recorde real. Neste caso, muitos compradores reduzem as aquisições diante dos altos patamares. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2021 registra valorização de fortes 10,3%, passando para US$ 6,50 por bushel, o maior valor para um primeiro vencimento desde meados de junho de 2013. O contrato Julho/2021 apresenta alta de 9,5%, indo para US$ 6,31 por bushel. No Brasil, muitos produtores já negociaram um percentual expressivo da produção, o que também mantém baixa a liquidez no spot. Em Mato Grosso, 72% da safra que ainda será colhida já está negociada.

No Paraná, 13% da produção da 2ª safra de 2021 já está comercializada. Na região norte do Paraná, as intenções de negócios para pagamento e entrega em agosto estão em R$ 75,00 por saca de 60 Kg e, para setembro, R$ 80,00 por saca de 60 Kg. Em Mato Grosso, na região de Sorriso, os fechamentos antecipados ocorrem em torno de R$ 62,00 e R$ 65,00 por saca de 60 Kg, para entrega entre julho e agosto. Na B3, o vencimento Maio/2021 registra avanço de 2,5% nos últimos sete dias, cotado a R$ 104,34 por saca de 60 Kg. O contrato Julho/2021 apresenta avanço de 4,7% no mesmo período, para R$ 101,81 por saca de 60 Kg. Diante das preocupações com a menor disponibilidade interna, a Câmara de Gestão de Comércio Exterior (Camex) aprovou a suspensão do imposto de importação do milho vindo de países fora do Mercosul até o dia 31 de dezembro. Essa medida tem como objetivo reequilibrar a relação de preços com as proteínas, setores que têm sentido os efeitos do encarecimento do cereal.

Porém, até o dia 16 de abril, foi registrada entrada nos portos brasileiros de apenas 39,5 mil toneladas, três vezes menos que no mesmo período de 2020. Do lado das exportações, o volume embarcado em 11 dias úteis foi de 106 mil toneladas, praticamente 100 mil toneladas a mais que o mesmo mês do ano passado. Na Argentina, com as chuvas nas últimas semanas, os trabalhos de campo apresentam ritmo mais lento. Dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicam que 17% da área foi colhida, avanço de apenas 2,8% em relação à semana anterior. Nos Estados Unidos, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontaram que, até do dia 18 de abril, 8% das lavouras de milho do país haviam sido semeadas, acima dos 6% observados no mesmo período de 2020 e o mesmo percentual da média de 2016 a 2020. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.