26/Abr/2021
Grandes frigoríficos brasileiros estão se voltando para o trigo na tentativa de conter o aumento do custo do milho, principal ingrediente da ração animal, segundo a ABPA. A demanda dos processadores de carnes, que fornecem ração para os fazendeiros que criam gado, está levando a um aumento nas intenções de plantio de trigo em 2021. O trigo pode substituir 100% do milho como ração para suínos e aves. No Sul do Brasil, a área a ser plantada com trigo deve crescer entre 15% e 20% em 2021. A JBS e a BRF já anunciaram que vão comprar safras de inverno como trigo, triticale e cevada para usar na ração do gado. Negócios já foram feitos no mercado futuro. Os futuros do milho nos Estados Unidos atingiram seu nível mais alto em oito anos, impulsionados por preocupações com as condições de seca reduzindo a produtividade do milho no Brasil e o tempo frio reduzindo a germinação da safra de 2021/2022 dos Estados Unidos.
Os altos preços e os atrasos na 2ª safra de milho 2021 do Brasil têm pressionado as margens dos frigoríficos, levando algumas empresas a buscar suprimentos no Paraguai e na Argentina. Na semana passada, o governo isentou as tarifas de importação de soja e milho de países fora do bloco comercial do Mercosul da América do Sul, o que significa que o Brasil poderia importar milho de países como Estados Unidos e Ucrânia. No entanto, a paridade de importação indica que comprar milho de fora do Mercosul ainda não faz sentido economicamente. Usar o trigo como ração para gado é comum no Canadá, na Rússia e outros países que não produzem milho e nem importam. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.