22/Abr/2021
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) afirmou que, apesar dos custos para internalizar o milho importado e de gastos alfandegários altos, além do câmbio que encarece produtos importados, empresas do setor têm conversado com vendedores internacionais sobre a possibilidade de trazer cereal de fora do Mercosul, como os Estados Unidos. Por isso é importante a conversa com o Ministério da Agricultura sobre a simplificação de processos burocráticos de internalização de eventos (geneticamente) modificados nos Estados Unidos, não aprovados no Brasil. Há regras para essa internalização, mas o setor busca alternativas, como antecipar os testes antes de a carga chegar a portos brasileiros, para encurtar o prazo.
O Ministério da Agricultura tem sido interlocutor da cadeia produtiva para essa finalidade, embora a decisão não seja só dele, já que a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) é um órgão multiministerial. A indústria brasileira já vem importando mais do que historicamente. A decisão do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de suspender até o fim do ano a alíquota do imposto sobre importações de milho, soja, óleo de soja e farelo de soja é bem-vinda e ajuda a aliviar a situação das empresas consumidoras destes insumos, que têm enfrentado dificuldades pelos altos preços da soja e do milho no mercado interno e baixa disponibilidade dos produtos.
Mas a medida tem efeito menor do que o necessário e depende de outras demandas do setor, como a busca por insumos alternativos ao milho para a cadeia de proteína animal, como cereais de inverno, aumento da produção de milho e políticas de estímulo para o aumento da capacidade estática de armazenamento no País. O câmbio também tem contribuído para impulsionar os preços de grãos no Brasil e influencia o custo pelo qual o produto importado chegará no País. O Brasil já tem a possibilidade de importar milho da Argentina e do Paraguai sem tarifa de importação. Há perspectiva de que a medida da Camex tenha um “efeito psicológico” no mercado de grãos, que favoreça quem consome milho. Essa facilitação da entrada do milho tende a arrefecer os preços, segundo o Sindicato. Fonte: Agência Estado.