20/Abr/2021

As negociações com milho tanto no spot quanto no futuro são apenas pontuais e assim devem persistir, até que se desvaneçam as incertezas a respeito de quanto o País vai de fato colher na 2ª safra de 2021. Com boa parte das lavouras semeadas fora da janela ideal de plantio, os vendedores optam por se afastarem das negociações futuras e no spot, no aguardo de novas altas mais expressivas. No Rio Grande do Sul, os preços estão em alta, mas as negociações seguem lentas. Na região da Serra Gaúcha, os compradores indicam R$ 95,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega imediata e pagamento em 35 dias depois. Os vendedores desejam valores mais altos. Os valores atuais do cereal no Estado estão se tornando inviáveis para e granjas e indústrias locais para esmagamento. Alguns compradores já estão buscando alternativas para alimentação animal como farelo de trigo e farelo de soja. Esse movimento de redirecionamento da demanda por parte da indústria pode segurar as cotações internas de milho nas próximas semanas.

Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, praticamente já não há mais milho e com isso os preços continuam ascendentes. As cotações do grão subiram pelo menos R$ 8,00 por saca de 60 Kg em 30 dias. A indicação de compra atual é de R$ 82,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em maio e pagamento no fim de maio, mas não há oferta, pois os produtores querem valores mais altos. Nesta queda de braço e principalmente pelo desinteresse de vendedor, a comercialização patina. Em relação à negociação antecipada da 2ª safra de 2021, os compradores indicam R$ 70,00 por saca de 60 Kg CIF, para embarque em julho e pagamento em agosto de 2021. O vendedor segue preocupado com o desempenho da lavoura por causa do risco de adversidades climáticas. Quanto à 2ª safra de 2022, os compradores indicam R$ 60,50 por saca de 60 Kg CIF ou FOB, para embarque em junho e pagamento em agosto de 2022.