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05/Abr/2021

Tendência altista para o preço do milho no Brasil

A tendência é de alta dos preços do milho no Brasil e sustentação em níveis elevados em 2021. As cotações futuras estão sustentadas em patamares acima de US$ 5,50/bushel em Chicago. Se a 2ª safra de 2021 for recorde no Brasil, os preços poderão sofrer recuos no 2º semestre deste ano. O dólar segue volátil, mas fechou em alta antes do feriado. Na quinta-feira (01/04), o dólar encerrou em alta de 1,54%, cotado a R$ 5,7153. O dólar engatou trajetória de alta na primeira sessão de abril e véspera de feriado. Mesmo com o bom andamento da colheita da safra de verão, o mês de março foi marcado por seguidas renovações dos preços recordes do milho em muitas regiões. O impulso veio da disponibilidade restrita do cereal no spot e de incertezas quanto à produtividade das lavouras de 2ª safra. No entanto, as altas nos preços internacionais mantêm elevada a paridade de exportação, o que também sustenta os valores do milho no Brasil.

Nos últimos sete dias, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) avançou 0,4%, atingindo R$ 93,90 por saca de 60 Kg. No acumulado de março, a elevação foi de 9,7%, e na parcial do ano, de 19,1%. Diante disso, o valor médio de março do milho negociado no porto de Paranaguá (PR) supera em 9% o do contrato Maio/2021 na Bolsa de Chicago e em 1% os preços de exportação da Argentina. Na B3, o contrato Maio/2021 opera, em média, 25% acima do mesmo vencimento da Bolsa de Chicago. O milho no Brasil já vem sendo negociado acima das referências internacionais ao longo deste ano, mas a diferença se ampliou em março. Na B3, os contratos Maio/2021 e Julho/2021 avançaram 3,5% nos últimos sete dias, para R$ 96,59 por saca de 60 Kg e R$ 92,04 por saca de 60 Kg, respectivamente. No acumulado de março, Maio/2021 teve ganho de 9,0%, e Setembro/2021, de 10,4%. As altas internas reduziram o ritmo de embarques do cereal em março, mesmo com os preços nos portos firmes neste ano. Ainda assim, no acumulado do ano, o Brasil exportou 3,666 milhões de toneladas de milho, 26% acima dos 2,920 milhões de toneladas exportadas nos três primeiros meses de 2020.

No primeiro trimestre de 2021, a média das cotações em Paranaguá foi de R$ 80,24 por saca de 60 Kg, praticamente o dobro da verificada no mesmo período de 2020. Para entrega no segundo semestre, os preços também subiram. Para exportação por Paranaguá em agosto, setembro e outubro, as médias são de R$ 76,46, R$ 76,51 e R$ 75,20 por saca de 60 Kg, respectivamente, com altas de 4,2%, 5,0% e 8,4% em relação às de fevereiro. Os produtores seguem focados nos trabalhos de campo, na intenção de minimizar a semeadura da 2ª safra de 2021 fora da janela ideal. No Paraná, o clima favorece o milho 2ª safra que está, na maior parte, nas fases de desenvolvimento e de germinação. O avanço da semeadura foi significativo nos últimos sete dias, alcançando 97% da área estimada. Em Mato Grosso, com atraso em relação à temporada anterior, a semeadura chegou a 99,6% da área estadual e deve ser finalizada nos próximos dias.

Em Mato Grosso do Sul, os trabalhos de campo também estão na reta final, atingindo 92% da área estimada, 6,5 pontos percentuais abaixo da temporada anterior. Na Argentina, o clima seco tem beneficiado a colheita do cereal, que chegou a 7,9% da área. Até o momento, a projeção é de redução de 14% na produção deste ano, para 45 milhões de toneladas, devido à seca durante o plantio e desenvolvimento da temporada 2020/2021. Nos Estados Unidos, o USDA indicou que a área de milho deve crescer apenas 0,1% em relação ao ano anterior, para 36,8 milhões de hectares. O aumento da área ficou abaixo do esperado pelo mercado. As estimativas de estoques também caíram 3%, para 195,6 milhões de toneladas. Na Bolsa de Chicago, a demanda firme, principalmente para etanol e exportação, sustenta os preços. O contrato Maio/2021 atingiu US$ 5,64 por bushel no final de março, o maior valor desde a sua abertura, em dezembro de 2018. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.