31/Mar/2021
Os preços futuros de milho na Bolsa de Chicago atingiram no começo de fevereiro o maior nível em quase oito anos, e uma recuperação da demanda por etanol pode impulsionar ainda mais as cotações. Cerca de 40% da safra de milho dos Estados Unidos costumava ser destinada à fabricação do biocombustível, mas a demanda despencou por causa da pandemia de Covid-19. Agora, os produtores de etanol vislumbram uma recuperação impulsionada por reaberturas econômicas e por uma possível onda de regulamentações favoráveis à bioenergia do governo Joe Biden. Nos últimos seis meses, os preços de milho subiram cerca de 50%, refletindo a maior demanda da China. O país vem recompondo seu plantel de suínos após surtos de peste suína africana (PSA) terem reduzido significativamente o número de suínos. Nos dois primeiros meses de 2021, as importações chinesas do grão mais do que quintuplicaram ante igual período do ano passado. No dia 9 de fevereiro, o milho alcançou US$ 5,74 por bushel na Bolsa de Chicago, o maior nível desde julho de 2013.
No dia 29 de março, o vencimento maio fechou em US$ 5,46 por bushel. Recentemente, o Goldman Sachs estimou que os preços devem voltar aos US$ 5,70 por bushel nos próximos 12 meses. Por enquanto, a produção de etanol nos Estados Unidos não retornou aos níveis anteriores à pandemia. Na semana encerrada em 19 de março, a produção média ficou em 922 mil barris por dia, em comparação a mais de 1 milhão de barris por dia na época correspondente de 2019. Segundo a Associação de Combustíveis Renováveis (RFA), mais motoristas estão voltando às estradas nos Estados Unidos. A expectativa é de que o consumo de gasolina e etanol comece a se aproximar gradualmente dos níveis anteriores à pandemia nos próximos meses, com o aumento das vacinações e o retorno das atividades normais, a menos que aconteça algo inesperado. Essa recuperação pode representar uma fonte adicional de demanda, num momento em que os agricultores planejam semear uma área maior com milho para aproveitar os preços mais altos.
Isso dá aos produtores alguma confiança quanto a sua intenção de plantio para 2021. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publica nesta quarta-feira (31/03) seu relatório de intenção de plantio. No mês passado, o USDA projetou uma área de 37,23 milhões de hectares. O número de fevereiro já representa a maior área de milho desde 2016. Alguns analistas apostam em políticas de Joe Biden que estimulem o uso de combustíveis renováveis. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) indicou no mês passado que não vai apoiar medidas do governo Trump que tentavam desobrigar algumas refinarias de petróleo de cumprir exigências de mistura de biocombustíveis. Nas últimas semanas, houve algumas indicações positivas da EPA, pela primeira vez em um bom tempo. No ano passado, por causa da queda da demanda causada pela pandemia, cerca de 73 das 204 destilarias de etanol do país interromperam a produção. Mais de 50% das que permaneceram abertas operaram com capacidade reduzida. O ano passado foi bem difícil para o setor. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.