04/Mar/2021
O plantio da 2ª safra de milho 2021 vai se estender para além da janela ideal no Brasil e serão necessárias chuvas até maio para garantir o potencial de produção. O milho brasileiro estará disponível para o mercado internacional em agosto. Os produtores sabem que estão plantando além do período mais indicado para semeadura, que terminou no começo de março em Mato Grosso e no Paraná. Eles vão plantar porque os preços estão altos, já venderam bastante milho e têm insumos em mãos. Assim, continuarão plantando fora da janela ideal. As previsões por enquanto indicam para março, abril e maio chuvas pouco abaixo do normal para a Região Sul do Brasil.
Por outro lado, as precipitações recentes em Mato Grosso, apesar de terem atrapalhado a colheita de soja e o plantio de milho, ajudaram a recompor a umidade do solo. Ainda assim, mais umidade será necessária nos próximos meses. A 2ª safra de 2021 está concentrada em quatro Estados, e eles precisarão de precipitações por um período maior neste ano em virtude dos atrasos da semeadura. É muito importante Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná terem clima favorável e as chuvas se prolongarem. Se não houver chuvas em maio, vai ser um grande prejuízo para a 2ª safra de 2021. A safra de verão (1ª safra 2020/2021) teve quebras de produção e não foi grande o suficiente. Agora, ela representa uma boa fonte de suprimento para o mercado, mas o Brasil terá que importar milho da Argentina em agosto e setembro.
O mercado mundial depende de uma produção volumosa no Brasil. Ao contrário de anos recentes, não há nenhum colchão agora, nenhuma oferta, para dizer que os Estados Unidos vão entrar no mercado e vender mais. Se safra brasileira for menor, a participação do País no mercado mundial neste ano vai cair. O balanço do milho norte-americano não consegue absorver demanda adicional, especialmente sem fazer algum racionamento. Para a Argentina, a preocupação é maior em relação ao clima no curto prazo, com condições quentes e secas previstas para os próximos dias, que podem afetar o milho plantado mais tarde no país. Neste momento, é a Argentina que está sendo a principal preocupação para o mercado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.