04/Mar/2021
Os futuros de milho fecharam em baixa nesta quarta-feira (03/03) na Bolsa de Chicago. O desempenho refletiu preocupações com a demanda futura da China por causa do surgimento de novas variantes do vírus da peste suína africana (PSA) no país. A China, que vem recompondo seu plantel de suínos após surtos da doença nos últimos anos, comprou grandes volumes de milho dos Estados Unidos em janeiro. Desde o fim daquele mês, no entanto, não tem aparecido nos anúncios de vendas avulsas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O vencimento maio do grão recuou 9,75 cents (1,79%) e fechou a US$ 5,35 por bushel.
Os preços caíram apesar do avanço do petróleo, que melhora a competitividade relativa do etanol. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. Dados publicados nesta quarta-feira (03/03) mostraram que a produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 849 mil barris por dia na semana encerrada em 26 de fevereiro, volume 29% maior do que o registrado na semana anterior. Mesmo assim, o nível de produção ainda está abaixo do necessário para que a projeção do USDA de uso de milho para a fabricação de etanol, de quase 126 milhões de toneladas, seja alcançada.
Os preços de milho na Bolsa de Chicago devem continuar sustentados no curto prazo, com a perspectiva de balanço apertado nos Estados Unidos e a consolidação de mais um ano de déficit global da commodity. Nesse contexto, ganha ainda mais relevância o tamanho final das safras brasileira e argentina. Quanto à safra da Argentina, o Itaú BBA destacou que, embora a qualidade das lavouras tenha melhorado em fevereiro, dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires mostraram que apenas 30% da safra apresentava condição boa ou excelente na semana passada, ante 59% em igual período do ano passado. No Brasil, chama atenção o atraso no plantio do milho 2ª safra de 2021. Isso sugere que parte relevante do milho será plantado fora da janela ideal, o que deverá trazer mais riscos ao desenvolvimento da cultura.