03/Mar/2021
A rentabilidade do milho e a expansão da área plantada puxaram o investimento em adubos na 2ª safra de 2021. O consumo de fertilizantes para a 2ª safra deste ano tende a ser 5% maior que na temporada passada, a considerar as projeções de crescimento da área plantada no País. O preço do milho hoje é mais atrativo do que foi em igual período do ano passado. Nesse cenário, o produtor investe ainda mais em tecnologia, a fim de alcançar os melhores rendimentos. Além do maior volume utilizado, acompanhando a expansão da área, os atuais preços do grão melhoraram a relação de troca entre fertilizante e grão ante o ciclo anterior, o que favorece o investimento. Na comparação entre as temporadas, ainda que o preço dos adubos tenha subido, a valorização do cereal foi superior. No ano, o Indicador Cepea/Esalq/BM&F do cereal acumula alta de 60%, a R$ 85,59 por saca de 60 Kg atualmente ante R$ 53,55 por saca de 60 Kg no dia 2 de março de 2020.
A relação de troca ficou 20% mais favorável para o produtor durante o período de compras. Em novembro do ano passado, eram necessárias 18 sacas de 60 Kg de milho para adquirir 1 tonelada de ureia (desembarcada no Porto de Paranaguá - PR, principal porta de entrada de fertilizantes no País). Em novembro de 2019, eram necessárias 22,5 sacas de 60 Kg do cereal para igual volume do nitrogenado. Representantes do setor produtivo dizem que o volume adquirido nas propriedades supera o necessário para acompanhar o crescimento da área plantada. O produtor tem investido em tecnologia nas lavouras de milho para ampliar produtividade. Além disso, as expectativas positivas para a nova colheita também têm incentivado o uso de tecnologia nas lavouras. Cerca de 70% da 2ª safra de 2021 foi comercializada antecipadamente. Espera-se resultado positivo para a 2ª safra deste ano, com demanda por milho em alta, estoques de passagem baixos e oferta ajustada.
Ainda assim, é difícil dizer quanto de adubo realmente será aplicado nas lavouras. A janela de plantio mais apertada, em virtude do atraso na colheita da soja que retardou a semeadura do cereal, pode levar os produtores a utilizar menor volume que o adquirido. Isso porque as chances de obter bons níveis de produtividade são menores com a janela mais apertada. No Paraná, na região de Maringá, os adubos já estão nas fazendas, porque as lavouras já deveriam estar todas semeadas. Não se sabe se tudo o que foi comprado será utilizado, porque, com a janela menor, o risco de problemas aumenta. A decisão da aplicação deve levar em conta o avanço dos trabalhos de campo. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso, a semeadura atinge 55% da área estimada, atraso de 37% em relação ao ciclo anterior. No Paraná, o atraso é de 33% ante à safra passada, com 28% da área semeada, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab).
De acordo com produtores, associações e analistas de mercado, os adubos a serem utilizados na 2ª safra de 2021 já estão nas fazendas. A maior parte do volume foi recebido pelos produtores em dezembro do ano passado e janeiro deste ano. Os números oficiais de entregas, contudo, ainda não estão disponíveis. A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), que divulga os dados de entregas de fertilizantes ao consumidor final, tem apresentado os números com quatro meses de atraso. Assim, os números que englobam o período de entregas relativos à 2ª safra de 2021 devem ser conhecidos em abril e maio. Para o acumulado do ano, o consumo nacional de adubos deve avançar entre 3% e 5%, a 39,5 milhões de toneladas e 40,3 milhões de toneladas, considerando estimativa de entregas de 38,4 milhões de toneladas em 2020. Deste montante, um terço é aplicado no primeiro semestre e dois terços no segundo semestre, durante o plantio de grãos de verão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.